sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SORRIA... VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO!

Museu Pe. Carlos Weiss - Londrina - PR

Perdemos, deliberadamente, a privacidade.

A nossa vida nunca esteve tão exposta como nos tempos de hoje. 

Com o celular lhe encontram até se você estiver no Himalaia. E ai de você se não atender   o seu celular.  É... parece que as pessoas não entendem que o celular é um objeto que tem um dono. O dono, por sua vez, tem o arbítrio de querer ou não atender. E se não atende, ainda é obrigado a ouvir  “Liguei pra  você e você não atendeu!”.  Como se tivéssemos obrigação de.

Eu sou do tempo que não havia celular. Aliás, quando ele surgiu, era um tijolão, cuja bateria tinha autonomia de 3 horas. Tive um da Motorola, modelo “PT alguma coisa”. Pelo menos eu era obrigada a estar disponível somente nas 3 horas e nada mais. Se não me encontravam em casa, não tinha cobrança, ninguém virava a cara comigo, simplesmente esperava eu chegar. Civilizada e educadamente.

Hoje, dentro da circular, fiquei sabendo da vida de uma senhora, a que horas ela estaria em casa e o que estava indo fazer no centro da cidade. Tudo pela conversa dela ao celular. Aliás, o ônibus todo ficou sabendo. Como fica fácil para qualquer ladrão obter informações sobre nossos hábitos e costumes! Fiquei pensando que se no ônibus houvesse um ladrão que sabia onde ela morava, já tinha a deixa para fazer uma “visitinha” na casa dela. Também teve um senhor que contou à outra pessoa do outro lado, que fulano estava no Orkut acompanhado da amante. E que da mulher não tinha foto alguma. 

Ah! As redes sociais! Outro dia ouvi na CBN que se uma pessoa colocasse em um ponto de ônibus várias fotos dela, ou uma folha contando da sua vida, não estaria tão exposta quanto está no Orkut ou no Facebook. E é verdade. E não adianta você não ter qualquer login nessas redes. Seus amigos têm, publicam fotos suas, e contam sobre você. Ou seja, nossa vida é literalmente um livro aberto, ou melhor, escancarado. Fico pensando que se eu fosse um bandido, escolheria minhas vítimas, todas, nas redes sociais. Faria até um planejamento dos roubos; um projeto. Está tudo lá!

As empresas não mais estudam os candidatos a cargos somente pelo currículo ou pela entrevista. Entram nas redes sociais e de antemão já sabem o que realmente os candidatos pensam. Então, não adianta você dizer na entrevista que está precisando muito daquele emprego, que sabe respeitar hierarquia, que é uma pessoa de bem com a vida, se você “twittou” o contrário.

Outra coisa que nos expõe muito são aqueles adesivos de carro, com a “família feliz”. Se você prestar bem atenção, você conta uma história da família, inclusive psicologicamente. Pode reparar que além de todo mundo ficar sabendo que você tem periquito, cachorrinho e cachorrão, você ainda entende a “hierarquia” dentro da casa do dono do carro. Muitas vezes o marido vem primeiro, o filhinho no meio, e a mulher depois. Claramente você percebe que naquela família o filho está no meio do casal. Tem até quem coloque uma figura representando a avó como o primeiro da fileira. Dureza, heim, a sogra vir em primeiro lugar! E quando o cachorro vem antes dos filhos? Difícil!

Só por esses exemplos acima, já dá pensar que com o Bolsa-Família e um roubo facilitado aqui e acolá, não precisa trabalhar!

Falando em trabalho, há empresas que fazem páreo para o Big Brother. Eu mesma trabalhei em uma, que só não tinha câmera no banheiro e no vestiário. De resto...

Até na casa da gente, entre quatro paredes, se não tomar cuidado nossa vida é exposta ao mundo. Na novela das 9 horas, que acabou meses atrás, havia um casal bem jovem que teve a sua primeira noite de amor filmada por uma câmera instalada por um rival do rapaz, que se passava por amigo dele, mas que na realidade desejava a sua namorada.  E o filme foi parar na internet. Isso não é somente coisa de novela, não. É bem provável de acontecer, talvez não da mesma forma. Mas até pelo próprio parceiro, se você não o conhecer bem e levá-lo pra dentro de casa.

E chego ao blogs, como este, que acabam expondo nossa vida. Daqui bem pouco tempo você poderá traçar um perfil desta que vos escreve, pelas postagens e pelas preferências musicais, literárias, culinárias e etc, etc, etc. ...

Bom... Já que não tem como ser diferente, senão a gente fica parada no tempo, o jeito é sorrir e se deixar filmar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário