sábado, 29 de dezembro de 2012

FELIZ 2013!



Final de ano... panetone e  lista de promessas pra ano novo.

Se tem gente que acha que ano novo é tudo a mesma coisa, eu discordo. Gosto de pegar a lista de desejos do ano corrente, fazer um balanço do que deu certo e do que não deu, e fazer uma nova lista para o ano vindouro, mesmo que contenha alguns itens repetidos do ano anterior. É a oportunidade implícita do novo, de poder fazer diferente, de poder tentar de novo, de ter uma nova chance, dada a nós por nós mesmos. 

Já passei a régua em 2012 e abri o ano contábil de 2013, com um planejamento misto de espiritual com material, sagrado com profano, pra viver mesmo! Acho que o passar dos anos nos endossa querer e poder fazer tanta coisa pela nossa própria conta e risco, diferentemente de quando se é mais jovem e ainda se olha para os lados, buscando aprovação do outro, do mundo, objetiva ou subjetivamente. (hehe)

E pra terminar o ano neste post, coloco um texto que me chegou às mãos por duas vezes. Uma delas foi em 1998, quando o comprei em um cartaz, que intencionava transformar em um pôster. Acabei guardando, só que nem me lembrava disso. É de um cara chamado Geraldo Eustáquio de Souza, da Companhia para Crescer. E a outra vez (que é agora), minha mãe trouxe de Curitiba, com algumas coisas minhas que ainda estavam no seu apartamento.

O texto é uma orientação supimpa para a execução da minha e da sua lista de intenções para 2013!

Vamos lá:

RESULTADOS

Resultados exigem esforço, paciência e constância.
Suspeito de promessas miraculosas e soluções instantâneas.
Duvido de fórmulas simples para a conquista da felicidade.

Fraqueza, fadiga e ferrugem custam a ceder depois que se instalam no corpo, na mente e no espírito.
Somente força, fôlego e flexibilidade podem produzir mudança.

Otimismo só é útil onde existe ação planejada.
Pensamento positivo só funciona à custa de muito trabalho.
Sem objetivos e prazos definidos, esperança é pura ilusão.

Acredito em fatos, não em intenções.
Acredito em atitudes, não em discursos.
Acredito em posturas éticas, não em regras de moral.
Acredito em fazer acontecer, não em esperar que aconteça.
Acredito em criatividade, não em obstáculos.

O que importa são as tentativas e não os acertos.
As vezes que a gente se levanta contam muito mais do que as que a gente cai.
O prazer de continuar buscando é infinitamente maior do que o sucesso a alcançar.

Toda transformação começa sempre caótica e desconfortável.
Os caminhos conhecidos são seguros e fáceis, mas só conduzem aos lugares onde já estamos e não desejamos ficar.

O caminho do novo é cheio de riscos, surpresas e cansaço mas sempre premia os que o escolhem com a chance de descobrirem e experimentarem a Vida que imaginaram viver. 


Que venha o novo! Que venha 2013! Viva!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

MAIS QUE UM MINUTO DE SILÊNCIO

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Dez horas da noite. Termino de passar a segunda demão de tinta no aparador do pequeno hall de entrada do apartamento. Sim, o mesmo aparador que há “centenas” de postagens atrás, eu disse que comprara para fazer uma pátina. Só agora “deu tempo”.  Melhor: só agora ele pôde ser o foco, pois tempo a gente sempre arruma, se quiser. Não fiz a pátina, apenas pintei de branco. Está ficando lindo!

Mês passado passei dias e dias pintando rodapé do apartamento. Ontem e hoje, o aparador. Amanhã ainda tem o verniz. Todo mundo deveria se arvorar em pintar alguma coisa, de preferência superfícies grandes, como paredes. Ou móveis com detalhes, como o meu aparador. Nunca pensei tanto na vida, enquanto pintava! E olha que sou uma pessoa que já pensa muito, seja pela profissão, seja por ter já feito análise mesmo. (hehe)  Os pintores deveriam ser as pessoas mais bem resolvidas do planeta. Ou com as quais a gente poderia sempre procurar desabafar, pois acredito que saibam ouvir muito bem. (hehe)

Quando estava pintando os rodapés (havia uma finalidade pra isso), contei para um amigo que nas horas que eu pegava firme no ofício, ora eu escutava música, ora eu escutava DVD, ora eu ficava um tempão em silêncio, pensando na vida (minha e de outras pessoas), (re)fazendo projetos, lembrando de alegrias e de tristezas, curtindo saudades. E fiquei surpresa com o quanto ele prestou atenção quando eu contei no que pensava nas minhas horas de silêncio. Nunca esperava que ele comentasse que sente necessidade, muitas vezes, de ficar sozinho assim, e que quando pode, curte muito, como eu curti. Ele me falou de um jeito que me pareceu ter até “invejado” e desejado estar no meu lugar. Acho que minha irmã diria que por aí pode  se começar uma análise. (hehe) Hoje, enquanto pintava o aparador, lembrei-me do amigo novamente.

Lembrei-me também de minha avó Malvina, ao sentir o perfume de alguém que pegou o elevador (estou pintando o aparador bem perto da porta de entrada do apartamento). Era um perfume gostoso, mas forte; minha avó  era vaidosa, e a vaidade que tenho vem dela. Nem tanto de perfume forte, mas de gostar de me arrumar. Lembrei-me da Dona Malvina e me deu uma saudade tão grande, que me peguei perguntando onde ela estaria uma hora dessas. Em que plano? Será que estaria me vendo pintar um móvel, resolvendo mais uma coisa por minha conta, ela que era também despachada pra resolver tanta coisa. Ela que sentada na máquina de costura, sozinha, parava algumas vezes, e olhava ao longe, os pensamentos indo mais longe do que o olhar. Pensativa, como eu, agora sentada no chão da sala, com as mãos cheias de tinta, e o pensamento distante... como num balão.

Entre uma pincelada e outra lembrei-me (novamente) da música do Chico Buarque que diz “é desconcertante rever o grande amor”.  Havia contado isso para uma amiga, na academia, hoje pela manhã. Pra mim, nenhum outro compositor traduz tão bem, em canções, os sentimentos de uma mulher, como Chico Buarque. Assim como nenhum outro escritor entende tão bem a alma feminina como o Fabrício Carpinejar. Por que lembrei-me do Chico? Porque foi desconcertante rever, ontem, um não tão “grande amor”, mas um amor importante, como todos os que passaram na minha vida. Foi um misto de uma coisa boa, com uma coisa ruim, adicionado à dúvida de como teria sido, se tivesse sido, se pudesse ter sido. Ajuntei o meu pensamento com uma das crônicas do último livro do Carpinejar, que terminei de ler. O título da crônica, por si só, já diz tanta coisa:“O Quase é Tão Cheio de Tudo”! E na qual ele termina dizendo “Como eu amo quem se importa em amar, apesar de tudo. Apesar de tudo.”

No meio da pintura resolvo entrar no Messenger, pra dizer a uma querida amiga o que eu pensei ser melhor pra ela: um blog ou um site? Fora que me deu uma vontade enorme de conversar novamente com ela, para ver se estava melhor, desde ontem quando conversamos e que  vi que ela precisava falar. E pareceu-me bem melhor! Já tinha se decidido pelo blog e até começado. Voltei para o aparador pensando: como é bom quando a gente se abre com alguém e depois vê a vida recomeçar a andar. Como é bom ter alguém para falar, e como é bom ser o alguém que ouve! Dias desses numa das palestras do Haroldo Dutra Dias (palestrante espírita), ele disse mesmo que nas aflições da vida da gente (que não são poucas), deveríamos olhar para o alto e não para baixo. E eu penso que o “alto” pode ser tanto Deus, quanto um amigo, quanto um psicólogo, quanto alguém que pode nos mostrar onde estamos errando ou não falar nada mesmo, mas que tenha misericórdia, que tenha bondade para ouvir. Quantas vezes é o suficiente!

E pra não esquecer desses momentos de introspecção artística (ou arteira, porque não sou pintora), estou decidida a pintar as paredes do apartamento, a partir de janeiro. Um cômodo por mês, calmamente. Gostei de conversar com as tintas, gostei de ver a limpeza que a gente faz, tanto material quanto espiritual. (hehe) E quem sabe, será a dois! Dividindo o silêncio, sendo cúmplices do silêncio, pra contar um para o outro no que ficamos pensando. Taí um item para a minha lista de ano novo!