quarta-feira, 30 de novembro de 2011

"A VIDA É A ARTE DO ENCONTRO..."

Restaurante Strassberg - estrada da Warta - Londrina - PR

"... EMBORA HAJA TANTO DESENCONTRO PELA VIDA." (Vinícius de Moraes)

Para ver se conseguia terminar minha mais recente tela, ontem frequentei aula extra, na turma de terça à noite. Último dia das arteiras (porque artista só a professora),  dia de bolo e salgadinho. 

Tudo o que é ruim acaba (ainda bem!), mas o que é bom também (que pena!). Coisa que tenho aprendido é curtir ao máximo cada bom momento, cada lugar gostoso de frequentar, porque lá tem o dia do adeus. Seja porque nós nos despedimos, seja porque se despedem  da gente.

Ano que vem esse horário de aula deixará de existir, e eu que nem sou da turma fiquei pesarosa porque gosto das colegas. Todas somos quase da mesma geração, todas com muito bom-humor  e histórias muito boas pra contar. Principalmente histórias de amor, de encontros e desencontros. Sabe mulheres que têm os mesmos problemas, venturas e desventuras amorosas? 

Sempre foi um dia de muita risada, muita besteira séria, muito querer saber da outra o que faria no nosso lugar, e ainda pedir conselho para o único homem do pedaço (o moldureiro), para ter uma opinião masculina sobre a nossa cabeça complicada de mulher (admito!).  Pois essa turma era assim.  De gente que não tem vergonha de contar coisas pessoais, sejam de  acertos, sejam de pagamentos de micos, e depois ainda com a sensibilidade de rir de tudo isso. 

Sempre foi dia de sanduíche do Arnaldo’s, de pizza de calabresa, salgadinhos, e de todos sentados em volta da mesa maior de pintura pra comer primeiro e depois trabalhar com as tintas. Eu mesma avisava que se não tivesse sanduíche nem iria (hehe).

Agora cada uma vai se ajeitar nos outros horários disponíveis e já estou com saudades das minhas aulas esporádicas desse dia.  Fico imaginando elas! Anos no mesmo horário, e ontem a despedida. Até lembramos da célebre frase de “O Pequeno Príncipe”, de que “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que tu cativas”. 

Para fechar a aula, uma das colegas nos presenteou, a cada uma de nós, com um chaveiro, muito bonito e significativo, com a família José, Maria e Jesus-menino.

É... a gente não dá conta de tudo mesmo.


terça-feira, 29 de novembro de 2011

FESTA, FESTA E MAIS FESTA

Minha turminha de velas natalinas

Está aberta a temporada das festas. Oba!

Além do Natal e Ano Novo, os amigos e “inimigos” secretos, os encontros de  confraternização,  o bailinho  de final de ano, a última reunião das amigas, o meu aniversário. Ufa! Haja caminhada! 

Já que não gosto de academia (acho um tédio ficar passando de aparelho em aparelho num lugar fechado), caminho 5 dias na semana, religiosamente (quando São Pedro não atrapalha), 6 km por dia. Dei um upa pra emagrecer um quilo, tenho que perder mais dois, pra voltar ao que era antes, e chega o fim do ano. (hehe) Eu pergunto: alguém tem uma fórmula mágica pra comer de tudo nas festas e não engordar nem 1 grama? Se tiver um jeito, por favor, me avise que serei a primeira cobaia. Enquanto isso, pernas pra que te quero. Sim, porque prefiro aumentar alguns quilômetros de caminhada a dispensar uma festa, quanto mais as guloseimas.

E não tem como recusar os convites dos festejos de dezembro. Tem muita gente que nem liga pra Natal, Ano Novo, muito menos para as festas dos grupos que frequentam. Eu adoro! 

Arrumo minha casa para o Natal - árvore, enfeite nas portas, e com todos os objetos decorativos  substituídos por objetos natalinos, compro vestido novo para as ocasiões (já gosto de vestido, no final do ano é um motivo a mais), os presentes os compro bem antecipadamente (pra não ter que enfrentar a muvuca nas lojas), adquiro agenda nova, e preparo a lista dos meus desejos para o próximo ano. Já estou com quase tudo pronto, só falta colocar no papel as metas para 2012.  É incrível, mas fico “perdida” se não faço uma lista de coisas importantes com que quero me haver no ano que se aproxima. Não me basta tê-la na cabeça. Preciso exteriorizá-la, escrita em um lugar onde eu possa sempre acessá-la. É o meu compromisso comigo mesma. 

Houve anos que foram maravilhosos. Foi muito bom chegar em dezembro, olhar pra minha lista inicial e ter o que comemorar. Houve outros que não foram tão bons assim, mas tudo bem. Ainda tinha para onde olhar:  pra frente. Afinal, ano novo é mesmo para isso: para renovar nossas esperanças, para podermos tentar de novo, é a nossa nova chance. Nova lista!

A minha lista de desejos é secreta e sagrada. Mas vou abrir um dos desejos, que chego ao final do ano com uma alegria imensa em comemorar a sua realização: o aprimoramento da minha espiritualidade. Gosto tanto das palavras, mas não as tenho para expressar a minha enorme felicidade por ter começado a estudar o Espiritismo. Isso depois de anos frequentando e crendo nele, mas não tendo ainda o embasamento necessário, como em qualquer atividade que se queira desenvolver com um mínimo de qualidade. Só por esse sucesso classifico meu ano como maravilhoso. 

Tenho, assim, direito de comemorar bastante. Só nesta semana 3 encontros: amigo secreto da minha turma da academia de dança, final de ano do ateliê de pintura e final do primeiro ano do grupo de Estudo da Doutrina Espírita. 

Festas regadas a muito bem-querer, comida e Coca-Cola. Ainda bem que estou viciada - viciada em gente e em caminhada. É o que vai me salvar. (hehe)

domingo, 27 de novembro de 2011

A DIFÍCIL ARTE

Rua Pe. Anchieta - Curitiba - PR
Viver em apartamento é uma arte.

Há mais de 20 anos moro “empilhada”, e tirando o fato que teoricamente é mais seguro do que morar em casa, de resto, chega a ser uma provação.

Existem sites especializados em administração (de problemas) de condomínios, e volta e meia estou eu lá buscando saber como os outros mortais que moram em apartamento resolvem o mesmo impasse que estou vivendo no momento. Um dos sites é o SindicoNet.

Esta semana estive às voltas com o apartamento em cima do meu, que foi ocupado por um novo inquilino. Depois de uma semana, estou “contente” que ele é inquilino. É sinal de que não ficará ad eternum. O novo vizinho acorda às 5:15 h da madrugada. 

O vizinho anterior não dormia antes da meia-noite, e até essa hora derrubava no chão o apartamento todo. Fico pensando o que faz alguém derrubar tanta coisa no chão. Vejo por mim: uso o apartamento todo, nada fico derrubando ou arrastando que possa incomodar o vizinho de baixo. Acho que Freud deve explicar.

Mas o problema atual é o barulho no andar de cima. É bem quieto o meu bairro à noite,  uma dádiva nos dias de hoje (até quando não sei).  Então, chuveiro e descarga de vaso sanitário às 5 da matina,  imagina o barulho que causam!

Como descobri que é muito bom a gente dividir as nossas angústias com o outro, até para buscar alguém que tenha o mesmo problema, pra ver o nosso diminuído, andei contando para meus conhecidos e amigos. E olha, que cada um tinha uma história do barulho!

Ouvi desde salto de sapato (toc-toc-toc) no meio da madrugada, vizinhos de baixo dando vassourada no teto, vizinhas de cima (as sem-razão ou sem-noção) gritando palavrões para a vizinha de baixo, cachorro latindo e incomodando, vizinha que não dorme a noite toda, e anda pela casa feito uma zumbi, até a idéia que uma colega teve de ligar o ar condicionado na ventilação, para dormir a noite toda com um barulho constante, que é para abafar o barulho intermitente do andar de cima. É mole? Solução através de troca de ruídos!

Acontece que todo o problema é oriundo de uma coisa só: falta de educação. Quem não sabe conviver com os outros não poderia, jamais, viver em condomínio. Só que chego à conclusão que a falta de educação está em todos os níveis e classes sociais. Dos condomínios alto-padrão aos populares há a mesma reclamação minha. Mesmo que os apartamentos tenham bom isolamento acústico, coisa que poucos têm. Em Curitiba até construtora grande está dividindo os cômodos dos apartamentos com dry-wall. Não é fácil!

Alguém vai perguntar: o condomínio não tem Regimento Interno? Todos têm. O condomínio não tem Síndico? Todos têm. Só que ambos, bem... Vamos por analogia: os condutores de veículos têm uma legislação inteira de trânsito para cumprir, o País é “regido” por Leis, os sócios de um clube, por exemplo, devem seguir um Estatuto, a vida em coletividade é regrada dentro e fora de casa. Só que daí entre a coletividade e o cumprimento dessas regras há um abismo, quando não se tem educação.

No meu caso, não tem muito o que fazer. Não posso impedir o vizinho de tomar banho àquela hora, então, vou exercitando minha paciência e minha indulgência. Como disse no início desta postagem: deve ser uma provação. (hehe).

sábado, 26 de novembro de 2011

VEJA BEM...

Congresso Nacional - Brasília - Imagem Pública do https://picasaweb.google.com/

Em 2008, quando fiz pós na UEL, na apresentação do trabalho de conclusão de uma das disciplinas, o professor nos perguntou, além do trabalho em si, coisas do tipo: o que você achou do trabalho, se aprendeu alguma coisa, o que vai acrescentar na sua vida dali para frente ou quais as dificuldades que encontrou na realização da tarefa. E nos proibiu, já de antemão,  que na resposta a cada questionamento, que disséssemos algumas palavras, tais como “com certeza”, “interessante”, “na realidade”, “na verdade” ou “veja bem”.  A alegação dele foi de que são palavras vazias, que nada exprimem, e que são usadas a todo instante, por todo mundo, quando não se tem muito que dizer, ou quando não se encontram outras palavras. 

Lembro-me que pareceu banal o que ele pedia, mas que ficou bem difícil de responder às questões, ficou. Quando percebíamos estávamos começando a dizer “na realidade”, ou “com certeza”.  Daí parávamos, e todos ríamos. 

Vou pegar, por exemplo, a expressão “com certeza”.  Pode notar que ao invés de um simples “sim”, na maioria das vezes escutamos um “com certeza”. E pior: às vezes nem cabe no momento. 

Quer ver? 

Jogador de futebol. O repórter pergunta  ao Liedson o que ele achou do jogo no primeiro tempo? Ele responde: - Com certeza.  Depois é que o jogador vai falar alguma coisa a mais. Chego a pensar que “com certeza” nasceu no mundo futebolístico. Também (sem preconceito) jogador de futebol a maioria lida mal com o português, ou melhor, sabe se expressar muito pouco em palavras. Contudo, acho que até passa, afinal o que nos interessa é que ele ajude o time chegar à vitória, não é mesmo? Dureza é quando o “com certeza” sai do campo de futebol.

Hoje, quando estava indo para a aula de pintura, estava ouvindo um médico, num programa da  CBN, e lá pelas tantas até ele usou o “com certeza”. Não que ele seja proibido de falar, mas não cabia muito ali na fala. 

A maioria dos “com certeza” é ouvida nos meios de comunicação como a TV e o rádio. Daí se estende para a conversa do dia-a-dia, seja presencial, seja virtualmente. Boa parte dos jornalistas ou apresentadores atuais fazem as perguntas ao entrevistado já contendo as respostas. Antigamente, o entrevistador fazia uma pergunta pequena, simples, querendo saber o que o outro tinha a responder sobre. Hoje, a pergunta chega a ser uma afirmação completa, e o entrevistado limita-se a dizer “com certeza”. Exemplo: - Você não acha que no primeiro tempo o jogador Fulano estava muito deslocado da posição normal dele e por isso o time não rendeu o esperado pelo técnico?  Uma pergunta com a resposta acoplada, e que, com certeza, o jogador vai responder - Com certeza. Acaba aí a entrevista (hehe).

Outra palavra também por demais utilizada é “interessante”. 

O que você achou do final da novela das 9?  Resposta: - interessante

O que você achou  desta comida? Resposta: - interessante

O que você acha de mim? Resposta: - interessante.

Diga sinceramente: são respostas? São, só que vagas. Em nenhuma dá para saber a opinião do outro. "Interessante" pode ser tanta coisa como pode ser nada, quando não se sabe o que responder.

O que dizer do “veja bem”? Se você quer enrolar alguém, comece com “Veja bem...” Você começa sugerindo, de cara, que o problema é que a pessoa não está entendendo a situação.

Acho que a expressão surgiu no Congresso. Pode notar que quando um parlamentar é inquirido em alguma questão delicada, como propina, loteamento de cargos, ou maracutaias do gênero, ele inicia a sua resposta com um “Veja bem...”. Pode esperar que ele vai tentar enrolar o entrevistador. 

Sabe, não sou contra o “com certeza” nem tampouco o “interessante”. Só que concordo com o professor. O que naquele momento ele estava nos querendo dizer é que no mundo corporativo (estudávamos com foco nele) não cabem meias palavras, ou frases sem conteúdo. Quando estamos especificando um produto, ou nos posicionando sobre determinado problema da organização, cabe a nós nos expressarmos claramente. Ao invés de dizermos que foi interessante fazer o trabalho, poderíamos dizer, por exemplo,  que a realização do trabalho propiciou-nos o aprendizado de uma ferramenta nova de especificação de um produto (no caso software) e que doravante tentaremos utilizá-la na empresa,  nos próximos projetos.

Fico pensando que, enquanto as expressões são utilizadas fora de casa, até passa. Triste é quando perguntarmos para o nosso companheiro, depois que a gente se produziu toda para sair com ele, o que ele achou do resultado final e ele responder:  - Interessante. Ou se tivermos que dizer - você não achou que valeu a pena esperar eu me arrumar, ficar linda e maravilhosa para sair com você? para ele responder - Com certeza 

Aí será o fim do mundo!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

AMOR E PERDÃO

Imagem pública do https://picasaweb.google.com/

Em uma das palestras que assisti no Centro Espírita Nosso Lar, a palestrante, no seu tema, disse-nos  que quando rezava o Pai-Nosso, mudava uma das frases, por achar que para ela, na sua imperfeição aqui na Terra, seria mais justa. A substituição era de “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendidoporPerdoai as nossas ofensas, assim como nós tentamos perdoar a quem nos tem ofendido”. 

Gostei muito da troca e passei a orar, desde então, assim também.

Sejamos sinceros: nem sempre perdoamos a quem nos tem ofendido, e nem sempre tentamos perdoar o ofensor. Mas entre os dois é mais honesto confessar que tentamos perdoar. 

Quantas vezes dizemos que perdoamos, mas em pensamento desejamos e ficamos esperando que algo aconteça ao nosso desafeto para que ele “repare” o dano que nos causou. Que sofra o que nos fez sofrer, no olho-por-olho, dente-por-dente. Daí nada vale, isso não é perdão. 

E se temos dificuldade em perdoar, é porque temos dificuldade ainda em seguir o mandamento máximo do Cristo, que é o de “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Na medida que sabemos amar, sabemos perdoar. Olhar a falta do outro em relação a nós e termos misericórdia para com ele. Se Deus faz isso a todo instante conosco, porque nós temos que ser diferentes?

Pedro, em um trecho de sua Primeira Epístola, nos lembra que “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.” Não é à toa que estamos neste mundo de “provas e expiações”, embora passando para o de “transição”. Acho que ainda falta muito.  Ainda levaremos algumas encarnações para dizer “perdoai as minhas ofensas assim como eu perdoo o meu ofensor”. 

Gosto muito de um trecho do livro “Convites da Vida”, do Divaldo Pereira Franco, ditado pelo espírito Joanna de Ângelis, que consta de um panfleto que foi distribuído no nosso Centro, e que de vez em quando leio, para me instruir e relembrar o sentido e o valor do perdão. Principalmente quando tento perdoar a quem me tenha ofendido. Transcrevo-o:

"
Convite ao Perdão


Por mais rude haja sido a agressão, perdoa.

Mesmo que a injustiça prossiga amargando as tuas elevadas aspirações, perdoa.

Não obstante, o amigo momentaneamente enganado se haja transformado em teu algoz, perdoa.

Apesar dos teus esforços no bem se nada conseguires, permitindo a sementeira da calúnia a multiplicar dificuldades e espinhos pela senda, perdoa.

Em qualquer circunstância perdoa aqueles que te ofendam, esquecendo as ofensas com que te agridam.

O ofensor é alguém a um passo do desequilíbrio.

Aquele que se compraz na perseguição, ignora o grau de enfermidade que o vitima.

O perseguidor permanece enleado nas teias do desvario e em breve será vítima de si mesmo.

Indubitavelmente a felicidade pertence sempre àquele que pode oferecer, que possui para dar.

Muitas vezes será convidado ao revide, conclamado à reação engendrada pela ira, que provoca a rebelião, tal a soma de circunstâncias negativas em que te verás envolvido.

Tem, porém, cuidado.

Reflexiona antes de reagir a fim de não agires por precipitação e reflexionares tardiamente.

Jesus, convidado diretamente à reação negativa, vezes sem conta, permaneceu integérrimo, perdoando e amando, por saber que aqueles que O afligiam eram espíritos aturdidos, afligidos em si mesmos, por essa razão, dignos de perdão."

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CHEIROSO!

Museu Pe. Carlos Weiss - Londrina - PR
Como há cheiros, das mais variadas origens, que nos lembram de determinadas situações, nos remetem ao passado ou que combinam com coisas corriqueiras.

Vou citar só alguns (ou vários) deles:

Sabonete Lux: cheiro de banho tomado. Pode notar que se alguém usar esse sabonete, você sabe que a pessoa acabou de tomar banho. Não uso essa marca há muitos anos, mas nenhuma outra deixa a certeza de banho tomado. Não quer dizer limpo, mas tomado.

Pipoca: lembra o inverno. Eu a adoro em qualquer época do ano, mas em dias frios ou quando está entrando o inverno, começa a vir o cheirinho da casa dos vizinhos, e hummmm! Invariavelmente faço também. Pipoca ainda lembra filme + cobertor + casal abraçadinho. Não lembra?

Café sendo coado ou “passado”, como a gente diz. Gosto mais do cheiro do café sendo preparado do que da própria bebida.  Não consigo dissociar as manhãs do cheiro de café. Para mim são uma coisa só.

Cheiro de bebê: é o mesmo em qualquer lugar. Dê uma fungadinha em um e dê uma fungadinha em outro, para você ver.

Carro novo: esse é delicioso. A gente fica torcendo para demorar a sair. Tem até fragrância “carro novo”, nesses cheirinhos que a gente coloca no carro.

Batatinha frita: cheiro de “- Vamos abrir uma cervejinha?”. Como combina!!!

Mato queimado: não sei você, mas eu adoro!É que me lembra da infância em cidade pequena, que quando o quintal era capinado, depois a mãe da gente colocava fogo no amontoado de folhas. Lembra final de tarde, morna, com todo mundo de banho tomado, esperando a janta.

Pão feito em casa: cheiro que combina com manteiga passada na fatia e derretendo.  Para acompanhar, uma xícara grande de leite com café. 

Roupa de cama limpa: pode notar que a gente até dorme melhor no dia que a roupa da cama é trocada. Cheirinho leve de sabão em pó com amaciante. Cheiro de limpeza.

Q-Boa: pra mim é cheiro de casa limpa, principalmente de banheiro limpo. Quando a gente abre a porta de casa já sente o cheiro de limpeza. Há várias marcas de água sanitária, mas não sei, gosto mais da Q-Boa. 

Chuva no chão de terra ressequido: outro cheiro que amo! Cheiro de renovação. Lembra também minha infância, quando vivia em casa com quintal. Acho que por isso que adoro ver a chuva chegando, devagarzinho. Chego até a ficar contemplando.

Cheiros que a gente os tem na memória: só o simples fato de lembrar de uma viagem, de um amor, de uma situação alegre pela qual passamos, parece que sentimos o cheiro como uma marca-registrada. 

E por aí vão os cheiros que fazem parte da vida gente. Fazem-nos parar e relembrar (e até por vezes reviver) tudo de novo.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

NÃO EXISTE ALMOÇO DE GRAÇA

Corredor do Shopping Catuaí - Londrina - PR
Fui ao shopping e na hora de pagar o estacionamento fui informada que agora o sistema mudou. Antes pagávamos R$ 5,00, independente de quanto ficássemos gastando de tempo e dinheiro. Agora, são R$ 5,00 por 4 horas e cada hora excedente custa R$ 2,00. Ou seja, o estacionamento do shopping virou estacionamento de carros como os de rua.

Fiquei pensando como fica para quem vem de fora, das cidades vizinhas. No sábado e no domingo, se repararmos nas placas dos carros, a maioria não é de Londrina. Para esses vizinhos não compensa vir para cá e ficar só 4 horas no shopping.  Até porque quando se está lá dentro, as horas passam voando. 

Se eu chegar ao shopping, suponhamos ao meio-dia, para almoçar, olhar as lojas e fazer compras, e sair lá pelas 20 horas vou gastar R$ 13,00 de estacionamento. Daqui a pouco vai compensar ir de ônibus, sem contar que não vou precisar ficar na fila de carros da entrada  e nem na fila de carros da saída do shopping, muito menos disputar vaga. Sim, porque já aconteceu de num feriado ter que ficar esperando vaga.

Marcar encontro no shopping, cada qual no seu carro, agora ficou proibitivo. Melhor pegar carona e dividir a conta do estacionamento. O que a gente economiza dá para comer pelo menos um pretzel.

Até meses atrás, o Carrefour, anexo ao shopping, tinha uma franquia de 4 horas no estacionamento desde que fosse consumido no supermercado o valor  mínimo de R$ 10,00. Agora são R$ 20,00. Um aumento de apenas 100%.

Imagine o quanto o shopping vai arrecadar agora neste final de ano... Natal e Ano Novo!

Novos tempos... de muito carro na rua e de globalização. Lembrei-me que este ano o shopping teve a maior parte das suas ações vendidas para uma empresa controladora de vários shoppings no país, cuja sede fica no Rio de Janeiro. E assim, o shopping ganhou fôlego financeiro.  Está aí o motivo da mudança na cobrança do estacionamento, agora por hora. Tudo tem um preço. Como diria minha irmã: “não existe almoço de graça.”

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

INTUIÇÃO OU CONSTATAÇÃO?

Imagem pública do https://picasaweb.google.com

Acredito em intuição. Acredito até que nós mulheres a temos mais do que os homens, dado nosso olhar mais subjetivo para o mundo. Acredito também que para algumas pessoas a intuição é inata. Porém, acho que a intuição se confunde muitas vezes com o que gente já sabia, de antemão, que certamente iria acontecer, com base  em um ou outro detalhe dos fatos em que estamos envolvidos. A situação denuncia o final. Cito alguns exemplos:

Um candidato a namorado ou ficante: no fundo, no fundo, a gente já sabe se vai dar certo ou não. Se se passaram três dias, desde o último encontro em que você deu o seu telefone, e ele não ligou, esqueça-o!  Não adianta dizer que foi intuição de que não daria certo. Ligue um ponto aqui, outro ali, e a gente encontra a explicação toda: não foi desta vez. Que pena!

A mesma coisa com um provável emprego. A gente sabe, no fundo, no fundo, se depois da entrevista seremos contratados ou não. Há certos chavões, do tipo “estamos ainda em processo de seleção e... blá, blá, blá, ....” que já dão conta da resposta provavelmente negativa.

É a mesma coisa também quando nós mulheres temos uma conhecida que cada vez que a encontramos ela nos olha de baixo para cima, antes que digamos qualquer coisa. Pode ter certeza absoluta: essa conhecida não passará de conhecida. Nunca será nossa amiga. E isso não é intuição, é constatação de que essa pessoa é pouco confiável. Está mais interessada na forma do que no conteúdo. Dá para ter uma amiga assim? 

Levei quase dois meses tentando convencer inquilina e proprietária do apartamento de cima, para que arrumasse  um vazamento no seu banheiro, que gerava infiltração no meu. Minha "intuição" era de que iria demorar para ser consertado, pela forma como ambas quiseram se esquivar do problema. Mas foi arrumado, depois que insisti e até gravei a água caindo do teto. Minha “intuição” estava embasada em fatos reais: minha insistência e minhas gravações. 

Dizem que com os anos a intuição vai ficando aguçada. Na verdade acho que a gente que vai adquirindo experiências, e vai aprendendo antever situações, baseadas em fatos reais que vivenciamos ou presenciamos na vida das outras pessoas. E aí estaremos constatando e não intuindo.

É que intuição na acepção da palavra é “ter pressentimento”.  Pressentimento de que na viagem algo sairá errado, mesmo nada tendo de indícios de que daria; pressentimento de que fulano que não vemos há tempos está muito doente e depois ficamos sabendo que está mesmo; ou pressentimento de que hoje não é bom nem sairmos de casa sem ter um porquê. Acredito que poucas vezes acontecem essas coisas. A maioria absoluta é resultado lógico e racional do que houvemos semeado.

Agora mesmo, estava prestes a sair para a aula de dança. Nem vou mais. Está chovendo muito e a minha “intuição” me diz que posso ter problemas na volta, com as vias de acesso ao meu prédio todas alagadas. Nada tem de intuição, não é mesmo? Tem muito é de realidade mostrando que nossas vias não suportam uma chuva forte, que os bueiros não dão conta por causa de tanto lixo e que a razão nos sugere que fiquemos em casa. Que bom! Queria mesmo ficar em casa!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

ORGANIZANDO LEMBRANÇAS

Porto de Galinhas - Recife - PE

Resolvi organizar minhas fotos tiradas com câmeras convencionais, e bateu um saudosismo do tempo que eu  mandava revelar os negativos e transformá-los em fotos. 

Descobri que tenho mais fotos digitais do que em papel, mas que gosto mais de ver as de papel do que as digitais. Fora que se der um problema no computador, e se o meu backup estiver desatualizado,  adeus! Como não gosto de espalhar as  fotos nas redes sociais, aí fica mais complicado ainda. E em papel parece que a gente as eterniza.

Tenho a impressão de que acabamos por não imprimir as fotos digitais (a maioria das pessoas não imprime), por vários motivos e só perdemos com eles.

Tiramos inúmeras fotos de vários ângulos de um mesmo local, ou pessoa, ou objeto, na intenção de depois escolhermos a “the best”, só que nunca fazemos isso. Deixamos todas no computador, ocupando um espaço valioso, mesmo com os HDs com capacidade astronômica. Sejamos sinceros, a gente nunca vai escolher a melhor! Não dá tempo pra nada, quanto mais para ficar vendo detalhes de fotos quase iguais. Sem contar as fotos tiradas da câmera embutida no celular. Essas, muitas vezes, acabam perdidas.

No tempo da máquina com filme, a gente tirava as fotos, retirava o rolinho de filme da máquina e era obrigada a revelá-las. Economizávamos filme na hora de fotografar, mas os revelávamos e nenhuma foto era descartada! Lembro-me de quando viajei ao Recife, em 7 dias tirei mais de 100 fotos (era bastante para uma máquina comum). Quando voltei pra casa, estava “dura”, gastara tudo na viagem, mas dei um jeito de revelar a centena de fotos. 

Outra coisa que me lembrei foi de que além de arrumar as malas e comprar coisas para comer nas viagens, a gente tinha que comprar filme. A viagem não tinha gosto de viagem se não comprássemos rolinhos de filmes. E já que os tínhamos comprado, nunca nos esquecíamos de fotografar o que víamos de bonito pela frente. Parece que justificávamos o investimento:  da viagem e do filme. Hoje, falo por mim, esqueço-me de levar a câmera digital. Ou se a carrego junto, esqueço-me de tirar fotos. Ela ficou tão “lugar-comum”, tão banal, que já não tem essa importância toda.

Você dirá que é muito melhor poder tirar um monte de fotos, praticamente sem limitação, vê-las no computador, e compartilhá-las com o mundo todo. Concordo plenamente, até porque adoro fotos e as do meu blog são praticamente todas tiradas com uma máquina digital. Mas penso que devêssemos sempre imprimir as melhores. A gente “viaja no tempo” quando pega uma foto na mão. Se ela retrata um momento muito especial, então...  Se a gente resolve ver as fotos à sombra de um abajour, então... Se a gente resolve vê-las numa noite chuvosa, então... Se a gente resolve escolher uma delas para um porta-retrato da mesinha do quarto, então... 

Sabe, quem  provavelmente nunca mandou revelar fotos, talvez não entenda o encanto que vejo numa arrumação de álbuns de fotografias. As lembranças que eles me trazem dão para escrever um livro.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A CARIDADE DE PAULO E ESTÊVÃO

Estrada Califórnia - Apucarana - PR
Por indicação de pessoas que prezo muito, estou lendo “Paulo e Estêvão”, do Chico Xavier, ditado pelo espírito Emmanuel.  

O que posso dizer do livro, até o ponto onde estou na leitura: emocionante, belíssimo! 

Conta a vida de Paulo (Saulo de Tarso/São Paulo) e  sua conversão ao Cristianismo, a partir de Estêvão. Ainda não cheguei na parte que certamente contará das cartas (epístolas) que Paulo escrevia, mas sugestionada por um colega seguidor da Doutrina, fui buscar uma dessas cartas no Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), que se reporta à Bíblia, e fala sobre a caridade. Trata-se da 1ª Epístola de São Paulo aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13, cujo conteúdo também serviu de inspiração para Renato Russo compor uma música muito famosa – Monte Castelo, cantada por ele no Legião Urbana. Coloquei a música no player, no lado direito do blog.

Já falei aqui neste blog que uma das máximas do Espiritismo é que “fora da caridade não há salvação”.

Penso que não é só uma máxima do Espiritismo, mas deveria ser o pilar de todas as religiões e filosofias. Independentemente se a religião segue apenas o Velho Testamento, ou se tem seus próprios livros sagrados. É que de tudo o que Jesus Cristo nos deixou de legado, pode ser resumido em um princípio: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.  E esse princípio tem tudo a ver com caridade, que é uma lei universal de amor ao próximo, de indulgência, benevolência, paciência, de vivência plena da paz, conosco, com o próximo e com Deus.

Transcrevo o trecho da carta de Paulo aos Coríntios, do ESE (Cap. XV), tradução de Guillon Ribeiro:

"Necessidade da caridade,  segundo S. Paulo

6. Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine;  - ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse a fé possível, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou.  - E, quando houver distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.

A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; - não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.

Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.)

7. De tal modo compreendeu S. Paulo essa grande verdade, que disse: Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade. Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular.

Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só na beneficência, como também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O QUE TEMOS PARA COMEMORAR?

Brasão da República do Brasil

O que temos para comemorar, neste momento, no Brasil República? 

A tomada da Rocinha, como se essa favela fosse o Brasil todo? Nesta última semana parece que o Brasil é a Rocinha. Só porque a polícia fez o que já deveria ter sido feito há pelo menos 30 anos atrás. E pra completar, normalmente já é sofrível assistir os jornais da Globo, com a história da Rocinha, então, ficou insuportável. Só falta agora fazer minissérie. É de enjoar.

Enquanto isso, o ministro Carlos Lupi vai se mantendo no governo, agora com a Dilma pedindo para o PDT dar conta dele. Ou seja, ela nem tem vergonha de mostrar que não manda qualquer coisa na presidência. Ela que deveria demiti-lo! Ah, mas claro! No loteamento dos cargos do governo, cabe ao PDT a pasta do Trabalho. Está explicado!  Se fosse num país de governo e população sérios, além dos cargos não terem donos, o ministro já teria sido sumariamente demitido quando surgiram as primeiras denúncias, que de certa forma estavam tão embasadas que já davam para ser tratadas como fatos incontestes. Com direito a foto para álbum da quadrilha e tudo!

Temos que comemorar o Bolsa-Família, então, quando o governo anuncia de forma efusiva o  aumento do “benefício”. Acho que deveria é ter vergonha de divulgá-lo. Como se aumentar  um assistencialismo-esmola fosse coisa boa. Deveria é procurar chegar a um nível de empregabilidade tal, que pudesse diminuir a quantia assombrosa de dinheiro desse programa, para ter o orgulho de trazer a notícia da diminuição do Bolsa-Família. Isso significaria que as pessoas estariam ganhando o seu sustento, dignamente, através de um trabalho, e que o dinheiro dos impostos que pagamos, e que custeia o programa, poderia estar sendo melhor aplicado. 

Enquanto isso, cá na nossa cidade, a dengue mostra sinais de que levará novamente Londrina ao topo das cidades com o maior número de casos de dengue no Brasil. É vergonhoso porque, na realidade, o que faltam não são agentes de combate ao mosquito. O que falta é simplesmente EDUCAÇÃO. Não tem como dizer que não houve campanha suficiente. A população é que  não tem consciência, e conscientização está intimamente ligada a educação. Falta raciocínio! Falta cidadania! Falta respeito ao próximo! É uma falta de pensamento lógico e fraterno que chega a ser preocupante. Se o morador de uma casa não tem respeito, ou nem pensa nos que moram com ele, acumulando água em recipientes que ele mesmo abandona ou joga no quintal, quanto mais respeito aos vizinhos? E é por essa inércia da população em pensar, que se apoiam os vereadores e o prefeito da cidade, nos desmandos e escândalos envolvendo fatos escusos, que vemos todos os dias nos jornais.

Que dizer da derrubada de vinte árvores do bosque central da cidade, região de patrimônio histórico de Londrina?  Sem sequer consultar a população e sem autorização do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), a Secretaria do Meio-Ambiente e o Instituto de Planejamento e Urbanismo de Londrina, estão dividindo  o bosque ao meio, para dar lugar a um terminal de ônibus. Depois de abatidas as árvores, o IAP cobrou explicações e embargou a obra. Só que agora as árvores já foram sacrificadas! Fico pensando que para casos assim, deveria haver pena de prisão, como em caso de homicídio. Não é diferente. Cidadãos são designados secretários, pagos com o nosso dinheiro, e sem qualquer comprometimento e qualificação para exercerem cargos que exigem, no mínimo, preparo para atender as legislações vigentes. É inaceitável que um secretário do meio-ambiente seja uma pessoa desprovida de princípios de sustentabilidade, de ecologia, de meio-ambiente! Bom... esse secretário é da alta confiança do prefeito, indicação do prefeito, que só espero não diga que “não sabia de nada”, como o Lula.

Parece pessimismo de minha parte, mas é que república se faz com um governo que é eleito pelo povo, que sai do meio dele. E quando um povo não cobra os seus eleitos? E quando os governantes se utilizam disso e  desprezam ou simplesmente ignoram os seus governados?

Fico abismada quando se fazem chamadas pelas redes sociais, para movimentos contra a corrupção, por exemplo, e quase ninguém comparece só porque choveu. Corrupção é um cancro que nos atinge diretamente, na medida que somos escancaradamente roubados de toda forma pelos políticos que nós mesmos elegemos. Em contrapartida, procuramos hospitais e não há leitos disponíveis, compramos arroz e feijão e somos obrigados a pagar pelo menos 30% em impostos, em janeiro teremos IPTU, IPVA, mensalidade de escola e  material escolar, todos devidamente majorados acima da inflação oficial, que a gente sabe não ser a inflação real, aquela que encontramos nos supermercados, na farmácia, nos restaurantes, na vida do dia-a-dia. Eu pelo menos enxergo tudo isso. E você?

Só que com uma população que, por causa de uma chuva não sai para protestar, é porque está tudo bom ainda. 

Uma coisa é certa: quando a gente está muito a fim de dar uma guinada na vida da gente, não há chuva que impeça. Penso que no Brasil, para sermos de fato uma República, ainda vamos precisar de um tsunami.

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Coloquei no player, ao lado, um samba do Gonzaguinha, que exprime o meu desejo de Brasil. A música chama-se "É". Ouça!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

DIA CINZA, MAS DOCE!


Como ontem, dia cinza, nublado, friozinho...

Gosto de chuva, mas com sol depois. 

Aqui em Londrina é muito comum, ao final de um dia assim, o sol dar um “alôzinho e até amanhã.” E na maioria das vezes ele cumpre o prometido: aparece alegre e forte, todo revigorado após um dia de descanso. Porém hoje, só porque é segunda-feira, não quis levantar para trabalhar. Tirou um dia de folga, por conta, e pelo jeito só amanhã. 

Mas não faz mal. Não deixei ser atacada pela nebulosidade.  Fui buscar luz e colori o meu dia com outras tintas. Revi um amigo, que eu queria mesmo rever, e comprei dois pães doces ma-ra-vi-lho-sos, de uma panificadora indicada por ele, na Avenida Saul Elkind.

Atravessei a cidade e fui atrás do meu desejo. E pode o dia continuar cinza, porque cá comigo está tudo amarelo, azul, verde, rosa, vermelho...

Acho que esta é a minha receita para o dia que dá vontade de nem sair da cama porque está nublado e triste: buscar alguma coisa alegre para colocar nesse dia. Deliberadamente. E coisa simples mesmo: procurar um amigo, comer um pão-doce, passar numa sapataria e deixar para consertar um sapato que eu  adoro, mas que estava deixando pra depois, vestir  uma roupa colorida, ou aproveitar para pensar na vida. Isso mesmo: pode notar que nesses dias chuvosos e cinzas a gente fica ensimesmada. Parece que fica uma nuvenzinha em cima da nossa cabeça, não é mesmo? Mas passa, pela ação da própria natureza, ou por nós mesmos. Prefiro esta última opção, resquício de anos morando em Curitiba. Lá, como é muito comum não ter sol, nos subornamos com trocas para suportar o cinza. E ainda uso essa tática até hoje, embora pouco – Londrina é ensolarada. A alegria é trazida pelo próprio dia.

Minha segunda-feira está tendo sabor de pão doce, com creme de baunilha, com uma cereja de enfeite. Meu trabalho, assim, rendeu um monte!

E ao meu amigo que provavelmente estará lendo esta postagem, digo-lhe novamente que adorei tê-lo reencontrado e que amanhã vou seguir a sua sugestão: vou comer o pão doce com manteiga, como ele disse que gosta.  E pode até chover! A minha terça-feira já está garantida.

Dia cinza, mas tão colorido como uma caixa de lápis de cor.

domingo, 13 de novembro de 2011

SIMPLES

A beleza das flores - Parque Barigui - Curitiba - PR


Ontem, no estudo da Doutrina Espírita, no centro que frequento, tomamos contato com a biografia de diversos espíritas ilustres. Homens e mulheres que divulgaram o espiritismo e ainda o divulgam, sejam por suas obras, sejam por suas comunicações, ou pelos legados materiais e morais que nos deixaram através de seus trabalhos de assistência aos necessitados. 

Todos eles tinham características em comum: buscaram e viveram os ensinamentos do Cristo e tinham uma vida simples. Os que não abraçaram a simplicidade desde a tenra idade, o fizeram, por escolha, no meio da jornada. 

Voltei para casa pensando sobre.

Conforme os anos vão passando a gente vai complicando a vida. É a busca frenética pelo sucesso profissional e a construção da carreira num mundo cada vez mais competitivo, a conclusão de uma faculdade e as inúmeras especializações, o bem-estar material e financeiro da família, a preocupação com os filhos. Tudo isso carregado de falta de tempo: para uma conversa, para uma leitura edificante, para um trabalho voluntário, para as questões da alma e até mesmo para sentar com um filho e perguntar o que ele tem para lhe ensinar naquele dia. Só que depois de uma certa idade, começamos a questionar a nossa vida acelerada e frenética. E a gente vai vendo que não precisa mais de tantos móveis, de tanta roupa, de tanta correria para chegar não sei aonde, de tanta explicação. A gente vai descobrindo que só quer ter o necessário para viver dignamente e em paz. 

Que bom se a gente fosse simples desde sempre. 

Simples, entenda não como uma pessoa que não tem posses, que é privada de bens, ou que não tenha estudado. Há muita gente rica que é simples, e há muito pobre que não é simples. E vice-versa.

Entenda simples como simples de espírito. 

Simples no enxergar a vida com disposição e olhar alegre, mesmo diante das adversidades. 

Simples no tratar as pessoas. 

Simples em saber perdoar. Simples em entender que o outro é um espírito caminhante como nós, nesta Terra de tarefas individuais e necessárias. 

Simples em ajudar e estender a mão para aquilo que está ao nosso alcance, sem preconceitos, sem orgulho, com humildade, sem ostentação. 

Simples em parar para ouvir o outro. 

Simples em perceber o que tem valor e o que não tem; o que é temporário e fugaz, o que é eterno e duradouro. 

Simples em se cobrar menos e ser mais indulgente consigo mesmo. 

Simples em prestar atenção, por exemplo, no passarinho que pousou no fio de eletricidade no poste da frente da sua casa. 

Simples em lidar com o dinheiro, tendo a consciência de que ele é apenas um objeto de troca para que possamos cumprir as nossas missões na Terra. Simples em lembrar que estamos de passagem e que de material nada levaremos daqui. 

Simples em olhar para o seu parceiro ou sua parceira e fazer um elogio. Agradecer-lhe pelo fato de compartilhar da sua caminhada.

Simples em fazer uma prece de agradecimento a Deus e ao nosso anjo da guarda, que sempre nos acompanham. Simples em lembrar de fazer uma oração nos momentos de dor e nos momentos de desesperança. 

É tão simples fazer uma prece! É a maneira mais simples de conversarmos com Deus e começarmos a ser mais felizes. É a maneira mais fácil de pedir aos nossos amigos protetores que nos iluminem na nossa busca de simplicidade. E não diga que não tem tempo. Quem sabe naquela horinha do trânsito parado? Ou na hora que você coloca a cabeça no travesseiro? Ou debaixo do chuveiro? Ou antes da refeição? Ou na fila do banco? Tem um monte de lugares. É só querer!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PARABÉNS PRA VOCÊ


Capa da minha apostila de Windows 98
No dia de hoje, no ano de 1983, a Microsoft lançava o primeiro Windows – a versão 1.0.

Naquela época eu ainda sonhava em fazer o curso de “Processamento de Dados”. Anos depois fiz Ciência da Computação e durante muito tempo dei aula de Windows. 

Bom... primeiro foi de DOS, porque embora o Windows tenha sido utilizado mesmo a partir de 1985, boa parte das empresas tinha  o bom e velho DOS (também da Microsoft) nos seus computadores.

E foi assim por anos, até porque a maioria dos sistemas corporativos que rodavam em microcomputadores foram escritos em linguagem que só se entendiam com o DOS. Eu vivi isso, porque desenvolvia e dava manutenção em sistemas desse ambiente. Sem contar que não havia muitos aplicativos e linguagens de programação para o Windows, o que fez com o que ele tivesse que aceitar esperar um pouco para ser o que é hoje – o sistema operacional mais utilizado no mundo.

Lembro-me que quando o Windows começou a ser efetivamente utilizado, nas aulas a gente primeiro ensinava o DOS. Isso mesmo! Em seguida, fazíamos a correlação comandos DOS x Windows. Por exemplo: o comando COPY do DOS, que permite copiar arquivos de uma origem para um destino. Passávamos a sintaxe do comando para o coitado do aluno e ele treinava no DOS. Depois que ele aprendia a copiar arquivos no Windows, ficava bravo conosco por “ter perdido” tempo com o COPY. Fora que no DOS ele trabalhava numa tela preta com caracteres brancos ao invés da tela colorida do Windows. Ninguém merecia! Mas era assim, em qualquer escola de informática.

Com o advento do Windows o microcomputador deixou de ser somente um instrumento de trabalho das empresas e entrou na casa das pessoas.

Hoje praticamente já não se precisa mais de aulas para aprender a utilizar o básico do Windows. As crianças já nascem com ele no DNA.  E quem é adulto e está começando a se relacionar com um computador, o aprendizado é intuitivo. E o que o sujeito não entender, o resto do mundo sabe ensinar. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DESSA ÁGUA BEBEREI

Parque Barigui - Curitiba - PR
 
Jamais diga a frase “Dessa água não beberei.”, porque pode estar embutido nela algum tipo de preconceito.

Ainda há, mesmo nos dias de hoje, com toda evolução por que já passamos, um monte de preconceito: racial, de religião, de classe social, de sexo (homofobia), de profissões, sobre os aidéticos, etc.. Se formos ver, lá no fundo, todos são oriundos do nosso orgulho e da nossa dificuldade em aceitar o diferente.

Não é uma crítica, porque acredito que todos nós, em maior ou menor grau, temos algum tipo de preconceito. E eu me incluo nessa. Somos espíritos imperfeitos, em busca de melhoramento, principalmente moral.

E é sobre um preconceito em específico que quero falar hoje: preconceito de idade no relacionamento amoroso entre duas pessoas. É que tenho um pouco de experiência, e positiva, sobre. (hehe).

Uma amiga me ligou para contar que conheceu um rapaz e estão se conhecendo, quase namorando. Ele é mais novo que ela. Para ele até agora não fez qualquer diferença a diferença de idade. Aliás, ela que se preocupou em saber a idade dele. 

Qual o “problema”? Até então, ela nunca havia namorado alguém com menos idade. Embora esteja gostando dele, está com medo e de certa forma, pela sua fala, ela pedia a minha opinião. 

Por que interessa minha opinião a ela? Porque já tive namorados mais novos que eu e isso nunca foi problema. Aliás, era até alvo de curiosidade por parte da minha amiga: como ficava pra mim estar com alguém mais novo? Desculpe-me a franqueza (ela vai ler este post), mas é verdade! (hehe)

O que respondi a ela: siga em frente. Se o relacionamento for baseado no respeito às diferenças; se ele é um homem bom e honesto; se ambos se admiram; se ela entender que vai dar certo o tempo que tiver que dar; que quem teria que se incomodar (em tese) com a idade seria ele, que é mais novo, e não se incomodou, qual o problema? Acredito até que ela que não está sabendo lidar com o fato de um homem mais novo encantar-se por ela! Quer um algoz pior do que a gente mesmo?

E se fosse o contrário? Se ela fosse mais nova? Qual a garantia de que poderia dar certo? Nenhuma! A única certeza que a gente tem nessa vida é de que estamos de passagem aqui, e que um dia a nossa hora de ir para o outro lado chegará. Só! 

Minha amiga é espírita e lembrei-a de que somos espíritos milenares. Quem garante que o espírito dele não seja mais velho do que o dela? Se eles se encontraram, e se gostaram, no mínimo são espíritos afins, que estão homem e mulher, e querem ter a experiência amorosa.  Que maravilhoso!

Claro que não sou tão ingênua em imaginar que não haverá nenhum conflito de gerações aí. Pode haver sim. Mas daí a jogar fora a oportunidade, onde ambos têm o desejo de conviver um com o outro, por puro preconceito, sem tentar, já é demais. 

Jesus Cristo foi o exemplo maior de aceitação do diferente. Em inúmeras passagens do Evangelho O vemos fazendo questão de conviver com vítimas do preconceito. Será que não temos que seguir o Seu exemplo? Penso que sim.

Pra finalizar, transcrevo um trechinho da belíssima música do Djavan – Tanta Saudade, que fala do desejo, que uma vez instalado na gente, não adianta querer procurar de onde ele vem. É melhor encará-lo da melhor forma possível. A música toda está disponível no player ao lado.

"Quis saber o que é o desejo
De onde ele vem
Fui até o centro da terra
E é mais além
Procurei uma saída
O amor não tem
Estava ficando louco
Louco, louco de querer bem
Quis chegar até o limite
De uma paixão
Baldear o oceano
Com a minha mão
Encontrar o sal da vida
E a solidão
Esgotar o apetite
Todo apetite do coração."