quinta-feira, 29 de março de 2012

HOJE A NOITE SERÁ DIA

http://powerclip.ru


A acomodação é contagiosa. (argh!)

Trabalhe com um líder que gosta de mudanças, receptivo a novas ideias, e você crescerá profissionalmente.  Trabalhe com um chefe que chega no horário, que ouve seus colaboradores, que é assertivo, que é exemplo de conduta profissional e  que gosta de gente, que você aprenderá a gostar também, a cuidar do patrimônio da empresa, a ter orgulho do seu trabalho, do que faz.

Agora, pense no contrário. Num líder parado, que quando você lhe dirige a palavra, ele fica lhe olhando com uma cara de que parece que você não é deste mundo? Num líder que acha que tudo se resolverá por si, sem querer saber dos problemas da empresa, de conversar com o colaborador que está com dificuldades, que nunca é presente quando se faz necessário? O que dá pra cobrar dos colaboradores de um sujeito assim? Num instantinho vão ficar a cara do chefe e a tendência de empresa com gente assim, é fechar as portas.

Por que me lembrei de falar sobre pessoas inertes? Porque depois de me haver com o porteiro da noite sobre as lâmpadas que não estavam acendendo na garagem (achava que ele que não estava ativando o painel na guarita), e olhando para os outros problemas no prédio, dei-me conta de que o condomínio está refletindo a administração do síndico. Gente boa, não podemos negar, mas a sua inércia já atingiu os colaboradores e até mesmo os moradores. As lâmpadas estavam queimadas! E sequer os porteiros noturnos notificaram o síndico. Pra que, se falta luz na vaga de garagem do carro do próprio síndico?! Precisa dizer mais alguma coisa?

Sabe aquele troço de você se acostumar com uma rachadura, que depois nem a enxerga mais? É mais ou menos isso.

Aí você me dirá: – Vai ver que ele quer economizar para o condomínio!  E eu lhe responderei: primeiro que as lâmpadas são as econômicas, segundo que no nosso condomínio a inadimplência é nula, e terceiro, que o barato pode sair caro. Se um dos condôminos bater o carro no do outro condômino, justificadamente poderá alegar escuridão na garagem. E toca o condomínio se haver com o conserto de carro.

Ironia do destino, o síndico anterior embora muito doente, era mais proativo que o atual, que é bem mais jovem. O síndico anterior, embora com uma doença que lhe consumira o corpo ao longo de quinze anos, não lhe consumiu a mente, não lhe consumiu a vontade de viver o quanto pôde, muito menos a vontade de manter a valorização do condomínio. Isso prova que liderança e proatividade independem de idade.

Tudo na vida tem que ter manutenção pra não perecer, e manutenção dá trabalho mesmo. Mas é necessária: no amor, no trabalho, na família, em sociedade! Se a gente não quer se haver em ter que levantar o bumbum da cadeira, melhor não se enveredar a ser cabeça de nada. (hehe)

Bem... o meu pequeno mundo, o meu condomínio, reflete o Brasil.

Nesta semana saíram dois dados interessantes: o primeiro foi a arrecadação recorde de impostos em fevereiro, comparada com mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação. O segundo foi o grau de felicidade do brasileiro. Não sou contra nenhum dos dois, mas acho que há um paradoxo neles. A arrecadação cresce em escala geométrica, e os serviços que temos no país não refletem essa dinheirama toda que vai para o governo. E o grau de felicidade do brasileiro continua alto, embora esses mesmos serviços não os atendendo decentemente, sendo precários. Acostumamos à falta de infraestrutura nas cidades, acostumamos com o caos na saúde (veja Londrina), acostumamos com a corrupção, acostumamos com um ministro caindo por mês, acostumamos com a parede rachada. Só que felicidade passa também pela consciência enquanto cidadãos. Mas parece que isso não tem importância, não é mesmo?

Não sei onde a gente vai parar.

Pedi para o zelador fazer um levantamento e ele detectou, há pouco, cinco lâmpadas queimadas na garagem. E segundo ele não tem nenhuma reclamação: nem de síndico, nem de morador. Aliás, tem a minha. 

Bom... pelo menos consegui que, hoje à noite, na garagem seja dia.


segunda-feira, 26 de março de 2012

O ESPELHO DO PENSAMENTO

Chego na academia, de manhãzinha, e conversando com a instrutora, ela me diz: “Óculos novos! Que bonitos!”  Ao que respondo, rindo: “Credo! São os que eu mais uso, e ainda aqui na academia!”  E olha que ela sempre me vê de óculos e sempre conversamos bastante. Mas como tenho vários exemplares, de cores diferentes, ela chegou à conclusão de que fez confusão com os outros. (hehe)

Sabe, ela não se confundiu. Os óculos são os mesmos de todo dia; só que eu estava diferente. Olhei no espelho grande de uma das paredes, e vi que estava mesmo. O que fez a diferença foi o meu semblante, que exibiu meus pensamentos bons desde a hora  que me levantei, e acho que a blusa branca de paz ainda ajudou.  E os óculos apareceram!  (hehe)

Não que outros dias eu tenha ido mau humorada pra academia, pois, reconheço, não acordo com mau humor. Ainda mais que mudei de ideia em relação à musculação (antes não gostava), pelo ambiente dessa academia, pelos shows do telão, pela instrutora ser muito querida, pelos  frequentadores... Só que hoje, em especial, eu estava mais "leve".

Você já notou que tem dias que a gente está iluminada, mas que tem dias que a gente é portadora de pouca luz?

Fiquei pensando: tudo é uma questão de ânimo, de estado de espírito, de ângulo, de ponto de vista, de energia. E tudo passa pelo pensamento.

Pensar todo mundo pensa. Uns mais, outros menos. Mas o que de diferente o pensamento nos causa na vida está baseado na qualidade do que pensamos.

Não é à toa que existem profissionais pra nos ajudar a colocar a “cabeça no lugar”. E é claro, se quisermos! Pois, fazer análise requer desejo nosso de pensar, repensar, dar um novo significado à nossa vida, ao nosso mundo particular, aos nossos (pré)conceitos baseados em valores nossos e valores herdados (da família e da sociedade), de abrirmos nosso íntimo sem qualquer (pré)julgamento.

A mudança da forma de olharmos o mundo parte, necessariamente, de dentro pra fora e não de fora pra dentro da gente.  O outro não é responsável pela nossa felicidade. No máximo, pelos nossos momentos felizes, e que na realidade não foi ele que nos proporcionou: fomos nós que nos permitimos sentir, absorver, o que veio do outro. Sem a nossa aquiescência, nada nos fará felizes. Por isso que tem gente que por mais que a gente faça por ela, nunca estará bom. Sempre haverá um “mas”, um “porém”.

Pensar positivo só nos traz energias boas. Pensar e agir de forma honesta consigo e com o outro, de forma consciente, só nos faz melhores. É claro que não sejamos tão ingênuos  a ponto de pensar  que basta nos “programarmos” pra que tudo o que quisermos realizar dê certo. A vida não é tão lógica assim. Se fosse, os livros de autoajuda teriam transformado este planeta no mundo mais feliz do universo. Todas as pessoas seriam resolvidas, e mesmo  a mais pessimista delas, ao ver o resultado ao seu redor, certamente se renderia às receitas de bolo da felicidade. 

Por mais que sejamos otimistas, sempre terá alguma coisa que não sairá do jeito que imaginamos. Não nos esqueçamos de que somos constantemente afetados pelo mundo que nos cerca, pelas pessoas a quem amamos e pelas que nomeamos nossos desafetos, fora que carregamos uma bagagem de vida enorme na nossa evolução, e num planeta povoado de almas que ainda têm muito que evoluir moralmente. Mesmo assim, se temos um sonho, a realização dele já conta com 50% só pelos nossos pensamentos positivos. 

Volto da academia e ligo para o encanador pra dizer que o conserto que ele fez no vazamento do vizinho de cima deu certo. E que agora o meu gesso pode ser consertado, uma vez que a infiltração cessou. No início do vazamento, há pelo menos um mês, tanto o encanador quanto eu nos estressamos, admito. Ele marcava e não aparecia. E eu não podia ficar à mercê da sua vontade. Mas quando resolvi deixar as broncas com ele de lado, e começar tudo de novo, e solicitar calmamente que ele fosse sensível ao desconforto de ter um vazamento no meu banheiro, tudo mudou. Nos últimos dias (pois o vazamento não foi resolvido em menos de 4 visitas do encanador), fui  muito bem atendida por ele e pelo seu ajudante. Foi necessário mudarmos a nossa vibração, de pensamentos, palavras e atitudes pra que o problema fosse resolvido.

Se eu já acreditava, por experiência própria, que a gente resolve a vida pela palavra, hoje alio a ela a energia do pensamento.

É... aos poucos a gente aprende. Ainda bem!  

sexta-feira, 23 de março de 2012

UMA PRECE


Sou fã de carteirinha, e há mais de vinte anos, do Momento Espírita. 

Ouvia-o na Rádio Ouro Verde FM, em Curitiba, e ainda possuo alguns CDs, de uma época que não tinha acesso via internet.*

Hoje posto uma das mensagens que mais gosto, que foi acoplada a um vídeo, e que ouço quando não sei muito bem o que fazer. 

Ela vale pra tudo!  


(*Clique aqui para o Momento Espírita!


quinta-feira, 22 de março de 2012

É TUDO O QUE SE PODE SER


Que mania a gente tem de imaginar o que anda pela cabeça do homem por quem a gente se apaixonou.  De “ler” os pensamentos dele. E pior, de explicá-los. Que mania e que pretensão dizer que ele me ama ou dizer que ele me odeia, dizer do sentimento dele, usando como base, como parâmetro, o que vai dentro da gente, o sentimento da gente.

Que mania de, diante do que está visível e escancarado, a gente ainda não sair do engano! A torcida do Flamengo grita que ele está passando um verão apenas, a do Corinthians berra que ele não quer saber da gente, e a gente teima em querer não ouvir. (hehe)

É questão de tempo, o danado do tempo, pra tirar a cadeira do lugar.

E aí a gente pega a se perguntar por que foi desse jeito e não de outro?

Por que a minha escolha não foi a escolha que eu esperava dele? Por que eu o escolhi?

Por que a resposta não foi a que eu queria ouvir?

Por que eu não consegui responder quando tinha a resposta na ponta da língua, ou por que não consegui encontrar uma resposta pra dar, embora tenha procurado tanto por uma explicação?

Ou por que a ficha caiu depois? Por que a ficha só cai depois?

Por que ainda dou chance, quando ele talvez nem queira, ou não tenha pedido por ela ou nem é merecedor dela?

Por que ainda procuro entendê-lo, se ele nem sequer cogita que eu o entenda?

Por que  quero que ele  me enxergue, ou enxergue o meu amor, se eu não ocupo o seu espaço físico, nem tampouco seu espaço mental?

Por que ainda eu gasto tempo em pensar nele, se meus pensamentos não estão na mesma frequência dos dele?

Por que ainda acredito em promessas que nunca se cumprirão? Se olho pra trás e há uma estrada de intenções que não passaram disso?

Por que é que não suporto mais ouvir sequer o seu nome? Por que ficou apenas um enigma a sua passagem pela minha vida?

Por que ele segue um caminho e eu outro? Por que, então, que nossos caminhos ainda se cruzaram? Ou por que nem sequer chegamos a uma encruzilhada, para pelo menos sermos obrigados a escolher uma direção a tomar?

Por que nem houve o beco sem saída? Pelo menos teríamos um beco nas nossas lembranças.

As respostas estão todas aí, escancaradas:

Porque foi paixão e não amor. Porque foi tudo vivido a um e não a dois. Porque foi tudo o que eu pude; foi tudo o que ele pôde – dar ou receber.

Faltou boa vontade? Será? Quem sabe responder pelo outro? Eu não sei!

Eu só sei que a gente nunca vai saber o que o outro pensa se não perguntar; se ele quiser falar; se ele nos achar merecedoras de ouvir; se quisermos ouvir; se ele souber o que dizer; se a gente souber falar; se ele não se esconder; se a gente não temer; se a gente se envolver; se ele se entregar. A gente nunca vai saber se não arriscar. A gente nunca vai saber se não experimentar. A gente nunca vai saber se não conviver com gente – que gosta de gente, que foge de gente, que parece ser como a gente, que é diferente da gente, que não gosta da gente, que ignora a gente, que ama a gente.

Agora, uma coisa é certa: só entregamos o que podemos, só recebemos o que merecemos, só temos o que realmente desejamos. Só temos o que somos. E ainda nem sabemos o que somos, quem somos (estão aí os psicólogos pra nos dizer isso e pra nos ajudar!).

Se na paixão existe desejo sobrando, também tem cobrança sobrando. Se é de um lado só, então, a dívida pode se tornar imensa. Embora, passível de ser saldada.  Ainda bem!

Já o amor nos capacita a aceitar dar mais do que receber. Mais agradecer do que cobrar. Ele é mais aceitação do que se pode ter, e menos engano. É mais curtição do que sofrimento. É mais difícil, mas torna a vida mais fácil.

Em todo caso, penso que na paixão ou no amor, ou em qualquer outra situação, se houve movimento, se houve inércia, foi o se que podia ser naquele momento. Não mais!

segunda-feira, 19 de março de 2012

QUANTO REALMENTE CUSTA?


Quanto Custa o Brasil pra Você?


Carlos Alberto Sardenberg, o âncora do CBN Brasil, que vai do meio-dia às 14:00 horas da tarde, volta e meia nos convida pra  visitar o site “Quanto Custa o Brasil pra Você?”, que na realidade é mais que um site -  é uma campanha. E hoje, ele começou o programa comentando o peso dos impostos em alguns produtos, como por exemplo, o catchup.

O site vale a pena ser visitado para sabermos o quanto pagamos de impostos quando compramos desde um litro de leite a um litro de gasolina.

É mais útil ainda pra pensarmos bem pra quem vamos dar nossos votos nas próximas eleições, uma vez que todos os políticos que estão em todas as esferas governistas têm dever moral para conosco em defender uma reforma tributária no País. Pelo menos a reforma deve ser, necessariamente, um dos itens de suas propostas.

O exemplo que o Sardenberg deu do catchup, você vai me falar: “- Pela importância desse produto no dia-a-dia do brasileiro, é irrelevante saber a carga de impostos incidente!”. Até concordo, mas olha só alguns outros produtos e serviços:

Gasolina (que já comentei neste blog): 53,03%
Sabão em pó: 40,80%
Shampoo: 44,20%
Sabonete: 37,09%
Material escolar: a maioria acima de 35%
Veja só:  caneta 47,78% e  cola tenaz 42,71%
Conta de luz: 47,08%
Conta de telefone: 46,12%
Conta de celular: 47,87%

Vamos combinar: todos os itens acima são indispensáveis, e todos têm quase 50% do seu valor representado em  impostos.

Fico pensando como nós brasileiros somos bonzinhos, em aceitarmos pacificamente viver assim. E mais: preferimos votar em quem será eliminado no BBB 1000, ao invés de nos engajarmos em movimentos para lutar contra os impostos ou para lutar pela utilização honesta da fortuna arrecadada. É dinheiro meu, é dinheiro seu, é dinheiro que sai do bolso de qualquer cidadão do Brasil, país rico em arrecadação, mas pobre em retorno de serviços decentes.

Fica o convite para acessar o site, onde você pode comprovar, pelo “Listão da Carga Tributária” quanto poderia pagar a menos nos seus produtos e serviços preferidos.

Acesse: 



É desolador!

quinta-feira, 15 de março de 2012

LEMBRANÇAS

Hibisco do meu "quintal"

Reparei que nossos finais de dia, embora ainda quentes, já estão com um ar mais fresquinho. Idem para as manhãs. Prenúncio de outono.

E ontem, de manhãzinha, ao sair de casa, esse mesmo ar fresquinho trouxe-me lembranças muito boas.  É incrível como que em segundos, por algum cheiro, por algum vento, por alguma palavra ouvida, por alguma razão, a memória nos transporta, naquele ínfimo espaço de tempo, de volta ao passado. E nessas horas tenho costume de dizer, em voz alta, o que a memória não esquece. E falei: Ah! Apucarana!

Um dos poemas da Adélia Prado diz: “O que a memória ama, fica eterno." E é bem isso mesmo!

Dessa mesma forma, no domingo, acompanhando a mãe de uma amiga preparar o almoço, e  ouvindo atentamente a sua história de vida, e principalmente do seu grande amor (adoro ouvir histórias de amor), falamos das reuniões de família de antigamente. E acabei lembrando, e contando também, de quando menina passávamos férias na casa de minha avó materna, e lá tinha um dia que a minha mãe e  minha avó faziam fornadas de broas doces. O ano inteiro o forno ficava cheio de entulhos de coisas do quintal. Quando chegávamos, minha mãe e minha avó limpavam-no, faziam brasa e nele assavam as broas. Todas em cima da mesa recebiam um melado por cima, e ficavam brilhosas. Os parentes, quando chegavam, um a um, levavam ou comiam as broas. Até hoje sinto o cheiro e o gosto daqueles pães doces trançados e enormes.

Assim como consigo sentir a diferença de cheiro do ar de Londrina (e do Norte do Paraná, terra vermelha) do de Curitiba. São diferentes. O Norte do Paraná tem cheiro de raízes, de origem, de terra-natal.  E como a região é agrícola, volta e meia na estrada, ou mesmo ao redor da cidade, quando são feitas queimadas, o cheiro é de infância. Cresci com o quintal sendo varrido, as folhas amontoadas, e ateado fogo naquele monte. Amo o cheiro dessa fumaça!

Há muitos anos não tenho mais o costume de jantar, assim, arroz, feijão e “mistura” como chamamos os complementos aqui no Norte do Paraná. Faço um lanche apenas, ou no máximo uma salada ou uma sopa. Coisas leves, pra ter a digestão rápida e um sono leve. Mas, invariavelmente, enquanto como esse meu “jantar”, vem o cheiro de um apartamento vizinho, de arroz feito na hora, de feijão temperado, de bife acebolado  e batatinha frita, e me pergunto se não deveria voltar a jantar? A gente acaba fazendo escolhas em nome da saúde e em detrimento do prazer! (hehe)

Hoje, no retorno da caminhada, olhando o pé de hibisco do pátio do meu condomínio, lembrei-me de quando fui a Maceió. No Hotel em que ficamos em Pajuçara, na sala de espera do hall de entrada, uma das mesas de apoio tinha um vaso enorme de vidro, parecendo uma bacia, com água e com hibiscos boiando sobre essa água. Eram trocados todos os dias. Tão simples a ideia, com um efeito tão maravilhoso. E acabei pegando um hibisco, do meu “quintal”, e colocando-o também em um pequeno vaso (até porque não tenho um como o do hotel) e valeu não só pelo efeito, mas muito pela lembrança. Ah! Maceió!

O cheiro de um amor é outra coisa que a gente não esquece, se ele realmente foi importante. Aliás, não tem como dar certo um relacionamento quando não há química, e nessa química entenda-se também o cheiro da pele. Como ficar quietinhos, abraçadinhos, com o pescoço enrolado um no outro, sem gostar do cheiro do nosso amado? Eu não fico! E é assim, que tem horas, conforme a direção do vento, esse cheiro vem à lembrança. Daí fica a cargo de cada um lidar com ele da melhor forma possível. Se estamos ainda com esse amor, ótimo. Se não, e for muito recente a separação, quem sabe é um estímulo para tentar de novo, ou pra chorar, se não há chance da volta.  

E um cheiro de amor
Empestado no ar a me entorpecer
Quisera viesse do mar e não de você.” (Djavan)*


E o cheiro da nossa casa, que de tão acostumados que estamos, talvez nem percebamos, mas o temos? Ele é muito claro pra mim quando viajo, fico muitos dias fora e retorno. Ao abrir a porta do apartamento, sempre repito: Como é bom voltar!  O cheiro do nosso travesseiro, do nosso banheiro, das nossas paredes, das nossas roupas no guarda-roupa, das roupas do nosso companheiro, das coisas nossas e das coisas dele.  Acho que é isso que nos faz voltar pra casa!

E por fim, daqui a pouco vai passar o “Paraná TV – Segunda Edição”; e cada vez que ouço o jingle do programa, eu acabo me lembrando de Curitiba. Se estiver frio e cinza, então, aí é que lembro mais ainda. Não adianta estar em Londrina, que acabo me transportando pra lá. Ainda bem que o jingle me traz lembranças boas. E as ruins que tenho de Curitiba acabam acontecendo como comecei contando no início desta postagem: reduzem-se a apenas um transporte, em ínfimo espaço de tempo, ao passado. Só isso!
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(*) "A Ilha" - Djavan (nascido em Maceió):





Em tempo, tem página nova no blog: Hora do Vídeo. Confira! 

segunda-feira, 12 de março de 2012

REFORMAS

www.simplesdecoracao.com.br
Não existe, neste mundo, melhor lugar do que a nossa casa! Tem o nosso cheiro, guarda os nossos segredos e nossos sonhos, recebe nossos afetos e nossos amores, e ajuda a contar a nossa história. Pelo menos a minha casa tem a minha cara. E, depois de um curto e não tenebroso inverno, resolvi voltar a mexer no meu apartamento.

Quando me mudei há um ano e meio, tinha um monte de ideias na cabeça e projetos desenhados. Acabei  fazendo só o necessário naquele momento, o emergencial, o que já foi o suficiente para ganhar um trauma de reforma e de pedreiro dentro de casa. Daí, resolvi ficar quieta por uns tempos. O tempo passou e agora estou pronta de novo pra recomeçar. Parece o amor. (hehe)

Olhando para os meus projetos, cheguei à conclusão de que foi muito bom não os ter (ainda) executado. Usando o  apartamento, fui sentido necessidades que outrora não pensara, e fui me livrando de outras. Acho que mais me livrando do que arrumando necessidades. Mais simplificando do que complicando.

Por exemplo, esbocei o que queria na cozinha, e hoje, penso completamente diferente. Minha própria irmã dissera-me que seria mesmo muito bom conviver com a cozinha sem muito armário, para ver a real necessidade futura. E ela acertou.

A primeira ideia de colocar um monte de armários na cozinha, cedeu lugar ao projeto com apenas  dois balcões, que substituirão os atuais, mas um pouco maiores. E nada de armário aéreo. Qualquer mulher vai ficar imaginando como uma cozinha pode não ter armário aéreo! Eu também pensava assim, tanto que foi o que primeiro desenhei  no projeto. Mas sem qualquer armário desse tipo, a cozinha ficou “maior”. Não vou mais me acostumar com uma cozinha “menor”. Está certo que isso vai me custar um pedreiro, de novo, dentro de casa, pra substituir os azulejos que já estavam batucados de outros carnavais, os quais, com os armários aéreos ficariam escondidos. Fazer o que? Pra manter coisas boas sempre há uma dose de sacrifício. (hehe)

Mas não vou começar pela cozinha, nem por outro cômodo. Citei-a apenas para dizer que descobri que nas coisas materiais nem sempre “mais é mais”. Com menos a gente também pode ter mais: simplicidade!  Resolvi começar pela renovação do que sempre deixou o apartamento aconchegante: os xales do sofá e das poltronas, as almofadas, as cortinas, os abajures, as colchas, e de móveis, vou começar por um aparador, que eu mesma farei uma pátina. Já o escolhi e amanhã vou buscá-lo.

Pensando bem, dá pra fazer uma analogia da reforma da casa com a nossa reforma íntima. São os sentimentos, as virtudes boas e belas, como a simplicidade e a humildade, que dão aconchego às nossas vidas, assim como os porta-retratos, as lembranças de viagens, os objetos escolhidos a dedo por nós, ou feitos por nós mesmos,  que dão sentido, dão o ar da nossa casa e que contam a nossa história.  E cada casa é diferente, como cada um de nós também o é.

arrumadissimoecia.blogspot.com
E como numa casa, precisamos também de trocar os sentimentos  que (nos) estragam, renovar outros, e construir, por nós mesmos, aquilo que nos dá nossa identidade. E como há bons anos já faço esse exercício de construção e reconstrução íntima, acho que por isso que me animo em reformar também o material que me dá suporte.

E pra ajudar, a internet está repleta de sites e blogs de decoração, que aos montes fazem a nossa imaginação e a nossa animação ganharem asas.

Relaciono, a seguir, alguns links de sites e blogs cujos gostos “batem” com os meus, e que você também pode aproveitar:


quinta-feira, 8 de março de 2012

TODO DIA É NOSSO DIA



Fonte: http://www.imagensporfavor.com

Dizem que quem manda no mundo são as mulheres, depois que elas foram para o mercado de trabalho.

Eu tenho uma teoria: nós sempre mandamos no mundo, mesmo antes de sairmos de casa. (hehe)
Antigamente a mulher, no mínimo, gerenciava a casa, resolvia problemas de família (a dela e a do marido), cuidava dos filhos, cuidava dos pais dela e dele, e na maioria das vezes até a destinação do dinheiro que o marido ganhava na empresa, era feita por ela. Sim, porque ela que sabia quanto deveria ir para o mercado, para a roupa e os estudos das crianças, para a empregada, para ela e para ele. Quem decidia quantos filhos o casal iria ter era ela, quem sabia onde estava tudo na casa, desde um garfo até uma cueca, era ela.  E ainda dizem que quando começamos a trabalhar fora, “ganhamos a liberdade”. Sempre a tivemos – quer mais liberdade do que decidir tudo numa casa?

Bem... aí fomos para o mercado de trabalho, primeiro timidamente ocupando cargos de secretária, vendedora de loja, e no máximo um cargo de supervisão. E mantendo o mesmo papel que exercíamos dentro de casa. Ou seja, acrescentamos mais tarefas à nossa vida.

E como conseguimos dar conta de fazer o serviço do lar mais o da empresa, fomos naturalmente galgando postos de chefia, de gerência, de diretoria e hoje grandes corporações têm mulheres como presidentes. E ainda mantendo o mesmo papel que exercíamos dentro de casa (lá antigamente), com alguns upgrades, como uma secretária para nos ajudar nos afazeres domésticos, e computadores para jogarmos as nossas contas nele e realizarmos tanto o controle quanto o pagamento via internet banking. Fora os celulares, os iPads, os iPods, e um aparato eletrônico que nos deixam conectadas à família, à casa e à empresa 24 horas por dia.

Somos subjetivas frente ao homem que é objetivo. Conseguimos ser literalmente multitarefa. Conseguimos enfrentar um problema usando a razão e a emoção ao mesmo tempo. Mas daí você vai dizer: no mundo corporativo a gente tem que ser mais racional do que passional. Depende: a gente lida com gente. E gente é os dois!

E além de dar conta da casa e da empresa, damos conta de nós mesmas, o que penso ser o mais difícil de tudo.

Se um homem me diz que não entende as mulheres, eu respondo: nem queira entender, porque nem nós nos entendemos também!  Nossos hormônios variam, no mínimo, 28 vezes no mês. Os hormônios são o combustível do corpo. Logo, em simples palavras: funcionamos de forma diferente 28 vezes no mês. Nossos hormônios influenciam no nosso humor, na nossa disposição, e no nosso feromônio sexual. Nunca seremos a mesma pessoa todos os dias! Como vamos nos entender se além de termos que ter uma visão da vida de 360 graus, o nosso corpo trabalha sem que possamos ter controle absoluto? É uma façanha um homem ousar entender uma mulher!


Nossa variação hormonal -
- fonte: www.gineco.com.br
E é por causa da nossa complexidade que não conseguimos ter um sapato rosa apenas. Temos que ter um rosa salmão, um rosa pink, um rosa bebê, um rosa claro, um rosa escuro, um fúcsia, cada qual em um material diferente – couro bovino, couro de cobra, raspa de couro, verniz, camurça, sintético, todos absolutamente necessários. Lembre-se: não somos iguais todos os dias!

Agora, todas nós temos algumas características que nos tornam ímpares e ao mesmo tempo iguais no mundo: temos uma capacidade grande de amar, de cuidar, de zelar pelas coisas e pelos outros, de perdoar, de ouvir (e de falar também), de arregaçarmos as mangas quando a água está batendo no bumbum dos que estão à nossa volta. Invariavelmente somos nós que vamos atrás de uma solução, quando a coisa aperta. Pode ver!

E sabe, assim nós assustamos os homens. Foi muito rápida a nossa saída de casa para o mundo. E demos conta muito rápido e com eficiência, diante de tanta tarefa que abarcamos ao mesmo tempo.  

E por tudo isso ganhamos um dia internacional: a data de hoje. 

Além de nós mesmas nos parabenizarmos, esperamos que os homens nos reconheçam e não tenham medo de nós. Falo a eles, por mim: queremos apenas ser vistas como mulheres - que têm desejos, que querem ser tratadas com amor, carinho, respeito, dignidade e acima de tudo, como companheiras de caminhada. Queremos ser competitivas, mas não competidoras com vocês, porque jamais seremos. Somos diferentes, pra começar pela constituição dos nossos músculos e pelos nossos hormônios. Somos diferentes e completamos vocês.

Comemoramos o nosso Dia Internacional, mas somos importantes em todos dias!

domingo, 4 de março de 2012

O QUE TEMOS PARA AMANHÃ?

Estrada Curitiba - Norte do Paraná - Fevereiro/2012

Dias atrás, um colega, mesmo sendo espírita de anos, questionou o conteúdo e o direcionamento da palestra feita por um orador, no centro que frequento. A palestra foi sobre a morte. Segundo a opinião desse colega, o orador foi muito duro ao dizer que todos nós que estávamos ali não poderíamos ter a certeza de que voltaríamos para casa, terminada a palestra. O orador foi claro em  nos questionar se será que iríamos almoçar com a família, dali uma hora? 

Pois olha, pode parecer chocante, como pareceu ao colega que o criticou, mas é a verdade! É uma das maiores verdades da vida, e que deve ser aceita. É difícil de digerir, mas precisa ser digerida. É preciso aceitar que um dia estaremos fora de cena. Que dificuldade que temos em lidar com a única certeza que temos nesta vida na Terra: de que a deixaremos um dia. E esse “dia” pode ser daqui a 5 minutos!

Ontem, andando na rua com um amigo, nos questionamos, um ao outro, se deixaríamos alguma pendência com alguém, e em específico com relação ao perdão, se morrêssemos agora. Foi ótimo conversar isso com ele, como se perguntássemos um ao outro sobre qualquer outro assunto. É sinal de que evoluímos um pouco, e já estamos nos acostumando com o fato da morte ser pertinente à vida, e que deve ser encarada porque se trata da vida da gente. Cada um de nós vai ter a “nossa hora”, só nossa! Certeira e individual!

Falo por mim, esqueço-me dela, mas sou lembrada principalmente quando perco algum ente querido, seja ele da família ou do meu círculo de amigos idos e presentes.

Pertenço a um grupo no Yahoo, composto por boa parte da nossa turma de Computação. E até hoje acabamos sabendo uns dos outros, não muito, mas sabemos, pelos aniversários que ocorrem durante o ano. O Yahoo envia um e-mail automático, nos avisando que dia tal é aniversário de tal colega do grupo. E assim nos cumprimentamos e perguntamos uns pelos outros.

Na sexta-feira recebemos um e-mail de um dos colegas contando da morte de outro colega do grupo – o Ângelo. Li e reli várias vezes. Não queria acreditar, até porque tinha uma ligação mais forte tanto com o que comunicou a morte quanto com o que morreu: voltávamos da PUC, de ônibus, todos os dias, o curso todo. Fazíamos trabalhos juntos. Comemoramos aniversário de 10 anos do grupo na chácara do Ângelo. Lembranças muito boas me assaltaram. Muitas pessoas se tornam “boas” aos olhos dos outros, depois que morrem, e necessariamente não o foram em vida. Mas, esse meu colega foi realmente um homem bom em vida e se foi muito novo.

O passar dos anos e a chegada de notícias como estas, me fazem dar mais valor ainda ao presente. É só o que temos. É a fração de segundo o que temos, porque o próximo segundo já é futuro. O que temos para amanhã? No máximo, expectativas. No mínimo a nossa partida.

Quando se é muito jovem o futuro tem muito mais importância que o presente. Pelo menos é assim com a maioria de nós. Fico feliz quando vejo alguém jovem valorizando o sol que está lá fora, o presente, o agora. Quando vejo um jovem não só se preocupando com o material, mas também com as coisas da alma, que é o que a gente vai, efetivamente, levar como bagagem para o lado de lá, e ainda não sabendo quando.

Não que o futuro não tenha importância. Tem, sim, senão não teríamos, cada um de nós, uma missão aqui neste plano. Planejarmos nossa carreira profissional, escolhermos nossos parceiros de vida e caminhada, formarmos famílias, acrescentarmos coisas boas no mundo, tudo isso tem sentido sim.  Só que, invariavelmente, vivemos com o pensamento lá na frente, muitas das vezes “perdendo” o que de melhor acontece no momento.

Parece coisa de mensagem de PowerPoint, dessas que a gente recebe pela internet, o que eu vou dizer, mas vou dizer: o mais importante não é o topo da montanha, mas a subida até lá. É piegas até, mas é real: será que só vamos ser felizes quando chegarmos ao topo da montanha? E o que a gente faz com tudo o que a gente vai encontrando no caminho? Tem um monte de coisas lindas no meio do caminho. Por que será que a gente vai querendo garantias de tudo, se nem sabemos se teremos o topo da montanha?

A partida do Ângelo fez-me pensar (como se eu já não pensasse tanto!) sobre a importância de vivermos o único momento que realmente temos: o presente. Que na realidade, nem é nosso. É uma benesse de Deus, pra nos melhorarmos e pra nos reformarmos. E o que fazemos com ele? Brigamos à toa por coisas tão pequenas. Envolvemo-nos com tantas futilidades. Dizemos que perdoamos, mas não conseguimos muitas das vezes nem nos perdoarmos. Pensamos tanto no que os outros vão pensar, e deixamos de viver as nossas reais vontades. Escolhemos tanto o que dizer para depois não dizer. Ou dizer tudo às avessas. Deixamos tanto pra outro dia, e no outro para o outro, para o outro... A gente deixa pra depois nos encontrarmos, pra depois nos conhecermos, pra depois falarmos da importância do outro na caminhada com a gente. Será que vai dar tempo? Por que deixar pra depois?  

Será que é preciso uma chacoalhada pela morte de alguém pra gente parar um pouco e pensar mais sobre a vida da gente?

Não. É preciso pensar de qualquer forma. Notícias com essas só nos reforçam da necessidade de estarmos preparados para viver da melhor forma possível, cada minuto precioso que temos aqui e agora.

O que temos de certo para amanhã? Somente a morte. Nada mais.

sábado, 3 de março de 2012

MULHERES APAIXONADAS

Imagem pública do Picasaweb - créditos a Niamh.

Se o término de um amor nos deixa um farrapo humano e nos sentindo a pior da espécie, o começo de um nos deixa em estado de muita, mas muita graça. Não raro o amor começa por uma paixão. "- Eu me apaixonei por ele!". E daí, podem brigar com a gente, pode eclodir a terceira guerra, o carro pifar, pode alagar o bairro, pode acabar o mundo, que o mundinho da gente é um jardim em flor.

Está certo que estar apaixonada inclui enfrentar dias de sol, de chuva e de tempestades. Nos de sol a gente nem precisa de muita coisa pra se sentir linda: uma básica branca e uma calça jeans arrasam! Em dias de chuva, a gente fica esperando que o sol saia, e quando ele sai, a gente esquece logo as desavenças e começa tudo de novo. E nos dias de tempestade, não sei se chove mais lá fora ou dentro da gente. Uma coisa boba, um será que ele não gosta mais de mim, uma palavra dita na hora errada (pra gente), um sumiço, já é o bastante pra bagunçar o serviço de meteorologia. Mas a gente sobrevive para a mesma ou para outra paixão.

Quando a gente está apaixonada, e o amado nem sabe disso, ou sabe e não corresponde, a gente muda de humor umas 50 vezes no dia. Levando-se em conta que o dia tem 24 horas, numa mesma hora a gente vai do céu ao inferno. E leva as amigas junto. Sim, porque sofrer por amor sozinha, nenhuma mulher sofre. A gente tem que ligar pra amiga e contar a nossa versão dos fatos, e esperar que ela diga o que a gente quer ouvir. Na maioria das vezes, ela diz, nos tira do inferno e nos leva para uma região um pouco mais habitável. Mas a amiga que é mais racional (e é bom a gente ter pelo menos uma), nos diz o que não queríamos ouvir, mas precisamos ouvir, e de certa forma também nos tira do inferno, mas mais devagar. (hehe)

Quando estamos apaixonadas, queremos distância dos emburrados e dos críticos de plantão. Pois, como diria o imortal Vinícius de Moraes: “É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.” E é bem verdade! Até por isso mesmo, a gente se irmana na confraria das amigas apaixonadas.

Quando estamos apaixonadas, pagamos contas altíssimas de celular. O cartão de crédito a gente já deixa na loja direto. E como a gente quer escutar histórias de amor!! Encontramos pares no mundo, frente ao sentimento ímpar que é amar ou estar apaixonada.

Quando a gente está apaixonada, o nosso chão não é o chão de todo mundo. A gente anda um pouco mais acima, como se estivéssemos na Lua. Bom... os amantes vivem no mundo da Lua mesmo.

Quando a gente está enamorada de alguém, parece que o mundo enxerga a gente. Até os outros homens, que não o “objeto” do nosso apaixonamento. Minha teoria é de que se já tínhamos autoestima, amando, então, a elevamos ao expoente 10.

Quando estamos com alguém na cabeça, não fazemos mais nada sozinhas. O nosso amado está ali do lado, invisível, junto da gente. Sim, porque volta e meia o pensamento é: “- Será que ele vai gostar?” Não é à toa o sucesso de “Velha Infância” dos Tribalistas (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown).*

Quando a gente está apaixonada, a cama é o último lugar que a gente quer ficar (sozinha!). Dormimos tarde, acordamos com as galinhas. Já quando a coisa engrena, a cama é o primeiro lugar que a gente não quer sair. Dormimos cedo, acordamos tarde  (juntos!).

Mesmo que a paixão tenha acontecido pelo homem errado, ou pelo homem que nos enxergue tão apenas como uma amiga, ou que essa paixão apenas possa ser explicada como um “encontro de espíritos afins” e nada mais, mesmo assim, ainda é um sentimento maravilhoso. Mesmo que o “tombo” depois seja dolorido. Acho que viemos a esse mundo com amortecedor pra essas quedas, porque quem é que já não sofreu por amor?

Há quem diga que a paixão não é um sentimento nobre pois, basicamente humano, fugaz e superficial, invariavelmente nos faz sofrer. E que o amor não deveria depender da preexistência dela. Concordo! Mas, é muito bom estar apaixonada, mesmo que seja por um verão. Nem que depois saibamos que não dando certo vamos nos sentir um zero à esquerda de zeros à direita. Mas,  se a paixão se transformar em amor (e sempre há chance de), aí é o máximo! É tudo o que a gente quer na vida! Quem diz que não, ainda não se apaixonou! 


(*) Coloquei a música no player ao lado - música nº 9.