sábado, 3 de março de 2012

MULHERES APAIXONADAS

Imagem pública do Picasaweb - créditos a Niamh.

Se o término de um amor nos deixa um farrapo humano e nos sentindo a pior da espécie, o começo de um nos deixa em estado de muita, mas muita graça. Não raro o amor começa por uma paixão. "- Eu me apaixonei por ele!". E daí, podem brigar com a gente, pode eclodir a terceira guerra, o carro pifar, pode alagar o bairro, pode acabar o mundo, que o mundinho da gente é um jardim em flor.

Está certo que estar apaixonada inclui enfrentar dias de sol, de chuva e de tempestades. Nos de sol a gente nem precisa de muita coisa pra se sentir linda: uma básica branca e uma calça jeans arrasam! Em dias de chuva, a gente fica esperando que o sol saia, e quando ele sai, a gente esquece logo as desavenças e começa tudo de novo. E nos dias de tempestade, não sei se chove mais lá fora ou dentro da gente. Uma coisa boba, um será que ele não gosta mais de mim, uma palavra dita na hora errada (pra gente), um sumiço, já é o bastante pra bagunçar o serviço de meteorologia. Mas a gente sobrevive para a mesma ou para outra paixão.

Quando a gente está apaixonada, e o amado nem sabe disso, ou sabe e não corresponde, a gente muda de humor umas 50 vezes no dia. Levando-se em conta que o dia tem 24 horas, numa mesma hora a gente vai do céu ao inferno. E leva as amigas junto. Sim, porque sofrer por amor sozinha, nenhuma mulher sofre. A gente tem que ligar pra amiga e contar a nossa versão dos fatos, e esperar que ela diga o que a gente quer ouvir. Na maioria das vezes, ela diz, nos tira do inferno e nos leva para uma região um pouco mais habitável. Mas a amiga que é mais racional (e é bom a gente ter pelo menos uma), nos diz o que não queríamos ouvir, mas precisamos ouvir, e de certa forma também nos tira do inferno, mas mais devagar. (hehe)

Quando estamos apaixonadas, queremos distância dos emburrados e dos críticos de plantão. Pois, como diria o imortal Vinícius de Moraes: “É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.” E é bem verdade! Até por isso mesmo, a gente se irmana na confraria das amigas apaixonadas.

Quando estamos apaixonadas, pagamos contas altíssimas de celular. O cartão de crédito a gente já deixa na loja direto. E como a gente quer escutar histórias de amor!! Encontramos pares no mundo, frente ao sentimento ímpar que é amar ou estar apaixonada.

Quando a gente está apaixonada, o nosso chão não é o chão de todo mundo. A gente anda um pouco mais acima, como se estivéssemos na Lua. Bom... os amantes vivem no mundo da Lua mesmo.

Quando a gente está enamorada de alguém, parece que o mundo enxerga a gente. Até os outros homens, que não o “objeto” do nosso apaixonamento. Minha teoria é de que se já tínhamos autoestima, amando, então, a elevamos ao expoente 10.

Quando estamos com alguém na cabeça, não fazemos mais nada sozinhas. O nosso amado está ali do lado, invisível, junto da gente. Sim, porque volta e meia o pensamento é: “- Será que ele vai gostar?” Não é à toa o sucesso de “Velha Infância” dos Tribalistas (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown).*

Quando a gente está apaixonada, a cama é o último lugar que a gente quer ficar (sozinha!). Dormimos tarde, acordamos com as galinhas. Já quando a coisa engrena, a cama é o primeiro lugar que a gente não quer sair. Dormimos cedo, acordamos tarde  (juntos!).

Mesmo que a paixão tenha acontecido pelo homem errado, ou pelo homem que nos enxergue tão apenas como uma amiga, ou que essa paixão apenas possa ser explicada como um “encontro de espíritos afins” e nada mais, mesmo assim, ainda é um sentimento maravilhoso. Mesmo que o “tombo” depois seja dolorido. Acho que viemos a esse mundo com amortecedor pra essas quedas, porque quem é que já não sofreu por amor?

Há quem diga que a paixão não é um sentimento nobre pois, basicamente humano, fugaz e superficial, invariavelmente nos faz sofrer. E que o amor não deveria depender da preexistência dela. Concordo! Mas, é muito bom estar apaixonada, mesmo que seja por um verão. Nem que depois saibamos que não dando certo vamos nos sentir um zero à esquerda de zeros à direita. Mas,  se a paixão se transformar em amor (e sempre há chance de), aí é o máximo! É tudo o que a gente quer na vida! Quem diz que não, ainda não se apaixonou! 


(*) Coloquei a música no player ao lado - música nº 9.

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