segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O QUE ME MOVE

Lago Igapó - Londrina: cidade que elegi como um dos meus objetivos de vida

Outro dia assisti uma palestra no programa Café Filosófico*, com o filósofo e psicanalista André Martins, cujo tema era “O Conhecimento como o Maior dos Afetos”. E ele fez uma explanação sobre os pensamentos de  Spinoza e Nietzsche sobre os afetos. E chegou ao livre-arbítrio, que tanto quanto os afetos, me interessa.

O psicanalista disse que:

 “Afeto vem de afetar-se. É o resultado do que nos marca no nosso convívio, na nossa interação com o mundo e com as pessoas.”

“O meu arbítrio não é livre, porque o arbítrio é influenciado pelos afetos, pelo que me move.” 

Anotei essas duas falas acima porque me vi nelas.

O que sempre me moveu na vida foi ter objetivos a alcançar. Seja um novo trabalho, um novo curso, um vestido, um lugar para morar, um amor, a manutenção da saúde, ter paz, ser feliz. Afetar-me sempre com alguma coisa. 

Já reparei que fico “perdida” quando não tenho objetivos claros a alcançar. Fico ensimesmada enquanto eu não coloco um propósito na minha vida. Trabalho, trabalho, penso, penso, até encontrar algo com o que me dar conta. É verdade que esse algo chega, por vezes, sem eu ter trabalho algum. Por exemplo, uma paixão, um encantamento por um homem. Bom... dessa paixão ainda falarei em outra postagem, especificamente. Merece!

Meus objetivos tropeçam ou transformam-se, não raras vezes, em paixões. É que depois de alcançá-los, vivo-os por inteiro. 

Quando me apaixono por algo, chego até enjoar, porque quero viver intensamente o objeto da minha paixão. Um exemplo: se eu aprendo a fazer doce de abóbora, que adoro, faço-o muitas vezes seguidas. Minha irmã sempre me diz que eu exagero, que é por isso que depois eu enjoo. Algumas vezes ela acerta em cheio. Noutras, a minha paixão logo se transforma em amor, e daí, não vou enjoar nunca mais. Vou conviver com o doce que nem sempre sairá como eu esperava, ou porque a abóbora não estava tão madura, ou porque eu fui para a internet e o esqueci no fogo e queimou um pouco, ou porque comprei uma abóbora que não era tão boa para fazer aquele doce. Contudo, não me importo, vou levando a minha vida dessa forma, desde sempre. Sou assim. Mordo a fruta com todos os dentes.

Procuro sempre viver com os dois pés no chão, mas os meus passos ao encontro dos meus objetivos são sempre dotados de sentimento, de emoção. Por mais que os objetivos sejam metas objetivas. Sou afetada por eles, ou pelos acontecimentos, ou pelas pessoas que me acompanham, e realmente o meu arbítrio por vezes não se torna livre, na medida em que me importo com o que está nas minhas ocupações no meio do caminho.

Não sei dizer se estou certa agindo dessa maneira, ou se estou errada. Mesmo porque não tenho conhecimento teórico, nem filosófico, para falar sobre paixões e afeições.Vivo-as, na prática, do meu jeito. Mas, pelo menos creio que cheguei até aqui, nesta vida, com saldo positivo nas minhas afeições, e os objetivos que tracei, a maioria deles, me trouxeram mais alegrias que fracassos, embora carregados de paixões. 

É nisso que dá se envolver com a vida. Ainda bem!

E você, o que lhe move?

(*) O link para o Café Filosófico está na guia Espiritismo e Filosofia, neste blog.

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