A beleza das flores - Parque Barigui - Curitiba - PR |
Ontem, no estudo da Doutrina Espírita, no centro que frequento, tomamos contato com a biografia de diversos espíritas ilustres. Homens e mulheres que divulgaram o espiritismo e ainda o divulgam, sejam por suas obras, sejam por suas comunicações, ou pelos legados materiais e morais que nos deixaram através de seus trabalhos de assistência aos necessitados.
Todos eles tinham características em comum: buscaram e viveram os ensinamentos do Cristo e tinham uma vida simples. Os que não abraçaram a simplicidade desde a tenra idade, o fizeram, por escolha, no meio da jornada.
Voltei para casa pensando sobre.
Conforme os anos vão passando a gente vai complicando a vida. É a busca frenética pelo sucesso profissional e a construção da carreira num mundo cada vez mais competitivo, a conclusão de uma faculdade e as inúmeras especializações, o bem-estar material e financeiro da família, a preocupação com os filhos. Tudo isso carregado de falta de tempo: para uma conversa, para uma leitura edificante, para um trabalho voluntário, para as questões da alma e até mesmo para sentar com um filho e perguntar o que ele tem para lhe ensinar naquele dia. Só que depois de uma certa idade, começamos a questionar a nossa vida acelerada e frenética. E a gente vai vendo que não precisa mais de tantos móveis, de tanta roupa, de tanta correria para chegar não sei aonde, de tanta explicação. A gente vai descobrindo que só quer ter o necessário para viver dignamente e em paz.
Que bom se a gente fosse simples desde sempre.
Simples, entenda não como uma pessoa que não tem posses, que é privada de bens, ou que não tenha estudado. Há muita gente rica que é simples, e há muito pobre que não é simples. E vice-versa.
Entenda simples como simples de espírito.
Simples no enxergar a vida com disposição e olhar alegre, mesmo diante das adversidades.
Simples no tratar as pessoas.
Simples em saber perdoar. Simples em entender que o outro é um espírito caminhante como nós, nesta Terra de tarefas individuais e necessárias.
Simples em ajudar e estender a mão para aquilo que está ao nosso alcance, sem preconceitos, sem orgulho, com humildade, sem ostentação.
Simples em parar para ouvir o outro.
Simples em perceber o que tem valor e o que não tem; o que é temporário e fugaz, o que é eterno e duradouro.
Simples em se cobrar menos e ser mais indulgente consigo mesmo.
Simples em prestar atenção, por exemplo, no passarinho que pousou no fio de eletricidade no poste da frente da sua casa.
Simples em lidar com o dinheiro, tendo a consciência de que ele é apenas um objeto de troca para que possamos cumprir as nossas missões na Terra. Simples em lembrar que estamos de passagem e que de material nada levaremos daqui.
Simples em olhar para o seu parceiro ou sua parceira e fazer um elogio. Agradecer-lhe pelo fato de compartilhar da sua caminhada.
Simples em fazer uma prece de agradecimento a Deus e ao nosso anjo da guarda, que sempre nos acompanham. Simples em lembrar de fazer uma oração nos momentos de dor e nos momentos de desesperança.
É tão simples fazer uma prece! É a maneira mais simples de conversarmos com Deus e começarmos a ser mais felizes. É a maneira mais fácil de pedir aos nossos amigos protetores que nos iluminem na nossa busca de simplicidade. E não diga que não tem tempo. Quem sabe naquela horinha do trânsito parado? Ou na hora que você coloca a cabeça no travesseiro? Ou debaixo do chuveiro? Ou antes da refeição? Ou na fila do banco? Tem um monte de lugares. É só querer!
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