quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DIA DE FINADOS

Estrada rural em Uraí - PR

Não foi a morte de Jesus que nos salvou. Foi a sua vida.” 

Ouvi essa frase em uma palestra espírita, e neste Dia de Finados (para a Igreja Católica) quero fazer uma ligação com o significado de morte para o espírita.

No Evangelho de São Lucas, Cap. IX, vv. 59 e 60, temos a seguinte passagem: 

“Disse a outro: Segue-me; e o outro respondeu: Senhor, consente que, primeiro, eu vá enterrar meu pai.  – Jesus lhe retrucou: Deixa aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos; quanto a ti, vai anunciar o reino de Deus.”

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap XXIII – Estranha Moral, Kardec, sob orientação do plano espiritual, explica que Jesus não censurou o fato de um filho querer enterrar seu pai. O que ele quis dizer era mais profundo e tinha a ver com a “verdadeira vida” que é a vida espiritual.

“O corpo não passa de simples vestimenta grosseira que temporariamente cobre o Espírito...
....
Jesus lho ensina, dizendo: Não te preocupes com o corpo, pensa antes no Espírito; vai ensinar o reino de Deus; vai dizer aos homens que a pátria deles não é a Terra, mas o céu, porquanto somente lá transcorre a verdadeira vida.”

Nós espíritas respeitamos a crença e os cultos das demais religiões, como o Dia de Finados. Contudo, para nós não é o culto da lembrança do corpo o que importa, e sim o Espírito que habitou aquele corpo. O Espírito é imortal, enquanto o corpo é apenas um  invólucro que serve de morada temporária, para que esse Espírito possa continuar sua jornada evolutiva. Uma vez chegada a sua hora de partir deste plano, o Espírito desnuda-se desse corpo, e continua sua vida no plano espiritual. O corpo, como tudo o que adquirimos de material neste plano terrestre, fica aqui. Por isso "deixai aos mortos que enterrem seus mortos".

Jesus Cristo, o Espírito mais puro que passou pela Terra, quando morreu também desligou-se do seu corpo material, continuando a ser, no plano espiritual, o mesmo Espírito perfeito. 

O que de mais importante Ele nos deixou, foi o que nos ensinou em vida aqui na Terra:  a caridade, a benevolência, a indulgência, a paciência, o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Se temos que tirar proveito das lições do Cristo, tiremos do que a sua vida nos ensinou e não a sua morte, que foi apenas e tão apenas do corpo, destino também certeiro de todos nós.

Quando Jesus diz  “vai anunciar o reino de Deus”, ele prega que anunciemos e cumpramos as suas máximas, ainda neste plano, uma vez que a plenitude da vida espiritual só é alcançada na medida que nós nos depuramos, nos reformamos intimamente, espíritos imperfeitos que somos.

Então, neste Dia de Finados, lembremo-nos, como nos demais dias do ano, de nossos entes queridos, Espíritos como nós, que se foram e que se encontram no mundo espiritual ou que já estão de volta, em outro corpo, em outra reencarnação.  

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