segunda-feira, 21 de novembro de 2011

INTUIÇÃO OU CONSTATAÇÃO?

Imagem pública do https://picasaweb.google.com

Acredito em intuição. Acredito até que nós mulheres a temos mais do que os homens, dado nosso olhar mais subjetivo para o mundo. Acredito também que para algumas pessoas a intuição é inata. Porém, acho que a intuição se confunde muitas vezes com o que gente já sabia, de antemão, que certamente iria acontecer, com base  em um ou outro detalhe dos fatos em que estamos envolvidos. A situação denuncia o final. Cito alguns exemplos:

Um candidato a namorado ou ficante: no fundo, no fundo, a gente já sabe se vai dar certo ou não. Se se passaram três dias, desde o último encontro em que você deu o seu telefone, e ele não ligou, esqueça-o!  Não adianta dizer que foi intuição de que não daria certo. Ligue um ponto aqui, outro ali, e a gente encontra a explicação toda: não foi desta vez. Que pena!

A mesma coisa com um provável emprego. A gente sabe, no fundo, no fundo, se depois da entrevista seremos contratados ou não. Há certos chavões, do tipo “estamos ainda em processo de seleção e... blá, blá, blá, ....” que já dão conta da resposta provavelmente negativa.

É a mesma coisa também quando nós mulheres temos uma conhecida que cada vez que a encontramos ela nos olha de baixo para cima, antes que digamos qualquer coisa. Pode ter certeza absoluta: essa conhecida não passará de conhecida. Nunca será nossa amiga. E isso não é intuição, é constatação de que essa pessoa é pouco confiável. Está mais interessada na forma do que no conteúdo. Dá para ter uma amiga assim? 

Levei quase dois meses tentando convencer inquilina e proprietária do apartamento de cima, para que arrumasse  um vazamento no seu banheiro, que gerava infiltração no meu. Minha "intuição" era de que iria demorar para ser consertado, pela forma como ambas quiseram se esquivar do problema. Mas foi arrumado, depois que insisti e até gravei a água caindo do teto. Minha “intuição” estava embasada em fatos reais: minha insistência e minhas gravações. 

Dizem que com os anos a intuição vai ficando aguçada. Na verdade acho que a gente que vai adquirindo experiências, e vai aprendendo antever situações, baseadas em fatos reais que vivenciamos ou presenciamos na vida das outras pessoas. E aí estaremos constatando e não intuindo.

É que intuição na acepção da palavra é “ter pressentimento”.  Pressentimento de que na viagem algo sairá errado, mesmo nada tendo de indícios de que daria; pressentimento de que fulano que não vemos há tempos está muito doente e depois ficamos sabendo que está mesmo; ou pressentimento de que hoje não é bom nem sairmos de casa sem ter um porquê. Acredito que poucas vezes acontecem essas coisas. A maioria absoluta é resultado lógico e racional do que houvemos semeado.

Agora mesmo, estava prestes a sair para a aula de dança. Nem vou mais. Está chovendo muito e a minha “intuição” me diz que posso ter problemas na volta, com as vias de acesso ao meu prédio todas alagadas. Nada tem de intuição, não é mesmo? Tem muito é de realidade mostrando que nossas vias não suportam uma chuva forte, que os bueiros não dão conta por causa de tanto lixo e que a razão nos sugere que fiquemos em casa. Que bom! Queria mesmo ficar em casa!

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