segunda-feira, 24 de outubro de 2011

MEU AMADO POETA CONTEMPORÂNEO

Fabrício Carpinejar, no evento "Autores e Idéias", Sesc Londrina, agosto/2010

Amo  o escritor e poeta Fabrício Carpinejar.

Identifico-me com o que ele escreve, com o que ele fala.

Identifico-me com o sentimento que ele tem das coisas do dia-a-dia, principalmente dos detalhes delas. 

E tive oportunidade de dizer isso a ele, e com essas mesmas palavras. Ganhei um abraço muito cheiroso e muito gostoso, porque o Fabrício é isso mesmo. Naquele momento, se ele tivesse me convidado para eu ir embora com ele, eu diria “- Sim!” e nem olharia pra trás (hehe).  Foi num encontro do Sesc, da série Autores & Idéias, em agosto de 2010, onde aproveitei para pedir  um autógrafo no seu livro de crônicas - Canalha! , que havia lido meses antes. Ele como sempre, irreverente, com seus óculos vermelhos.

O Fabrício é o feio mais lindo que eu conheço. Concordo com quase tudo o que ele pensa, o que ele fala, e adoro o “como” ele fala: direto, sem culpa de parecer louco (porque por vezes, parece que é mesmo). Os loucos têm sempre algo a dizer, porque não têm medo de dizer.

O Fabrício Carpinejar fala muito de relacionamentos. Ele os vive por inteiro, até chega a ser visceral quando fala deles. Seja nos amorosos - adoro como ele trata do amor, seja nos relacionamentos familiares - é claro e crítico quando fala da própria família. Ele não tem medo de se expor, e na sua exposição, o faz pela gente, na medida que a gente concorda com o que ele fala. Ele nos obriga a pensar na vida, nos nossos sentimentos. Ler um livro do Carpinejar, é reler várias vezes os parágrafos. As crônicas são poesias completas.

"Seja imprudente porque, quando se anda em linha reta, não há histórias para contar.
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Não espere as segundas intenções para chegar às primeiras. Não diga “eu sei, eu sei”, quando nem ouviu direito.
Almoce sozinha para sentir saudades do que não foi servido em sua vida.
Ligue sem motivo para o amigo, leia o livro sem procurar coerência, ame sem pedir contrato, esqueça de ser o que os outros esperam para ser os outros em você.
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Alterne a respiração com um beijo.
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Solte palavrão para valorizar depois cada palavra de afeto.
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Cometa bogagens. Ninguém lembra do que foi normal.
Que as suas lembranças não sejam o que ficou por dizer. É preferível a coragem da mentira à covardia da verdade.”
(Trecho da crônica Imprevisível, do livro O Amor Esquece de Começar)

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Tempo é ternura.
Perder tempo é a maior demonstração de afeto. A maior gentileza. Sair daquele aproveitamento máximo de tarefas. Ler um livro para o filho pequeno dormir. Arrumar as gavetas da escrivaninha de sua mulher quando poderia estar fazendo suas coisas. Consertar os aparelhos da cozinha, trocar as pilhas do controle remoto. Preparar um assado de 40 minutos. Usar pratos desnecessários, não economizar esforço, não simplificar, não poupar trabalho, desperdiçar simpatia.
(Trecho do post Tempo é Ternura, de 21.06.11 do blog do Carpinejar)


Leio direto o blog do Fabrício, http://carpinejar.blogspot.com/.

Além dos posts (quase diários), ele publica os vídeos dos lugares onde ele foi entrevistado, ou onde autografou seus livros, ou de um evento onde participou. E esses vídeos são maravilhosos, porque ele fala de assuntos profundos com um senso de humor incrível. Ele põe humor na alegria e na tristeza. Os poetas são assim, não é mesmo?

O Jô Soares já o entrevistou várias vezes, e não se cansa de dizer o quanto gosta do que ele escreve e de entrevistá-lo. É que são sempre muito engraçadas e profundas as entrevistas.

Ontem à noite fui dormir tarde, por conta da saudade que estava do Fabrício. De vê-lo! Assisti na internet duas participações suas – uma no programa Sem Censura, da Leda Nagle, e outro no programa Sempre um Papo (este foi a segunda vez que assisti).

No Sem Censura, de maio de 2011, o Fabrício deixou a Leda Nagle, por vezes, pensativa a ponto de apontar a qualidade do Carpinejar em observar os detalhes do cotidiano, tal a maneira direta com que ele expôs suas idéias. Não podia ser diferente! Principalmente quando ele disse do nosso “complexo de Poliana”. Da “falsa alegria”. A alegria comparada ao outro.

“A gente tem que encontrar a delicadeza e a satisfação das pequenas coisas. Mesmo que seja uma alegria modesta, mas que seja nossa, que tenha partido da gente, não em comparação ao outro.”

Coloco o vídeo da primeira parte da participação do Fabrício, onde está a fala acima. A segunda parte, é só entrar no seu blog, não só pelo vídeo, mas também por todo o conteúdo do blog.



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