quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

E DÁ PRA ESQUECER?

Carro antigo de trem - Museu Pe. Carlos Weiss - Londrina - PR

Nas novelas quando alguém teve alguma desilusão amorosa, ou quando os pais não querem um determinado namoro dos filhos, ou sei lá, quando alguém quer esquecer um amor não correspondido, arruma uma viagem. E, pra bem longe. (hehe)

Como se a gente pudesse viajar somente com as malas, e deixar os pensamentos trancafiados em casa.

Pois eu digo que de nada adianta viajar pra esquecer. Talvez seja até pior!!! (hehe)

Lá tem uma hora que você fica só com você mesma e de quem você se lembra? Hummm!!!! Dá um aperto no coração por estar longe!

E ainda tem gente que diz "o que os olhos não veem o coração não sente.” Sente sim! E dá uma vontade tão grande de ver!

E na viagem certamente vai ter uma hora que dará outra vontade enorme: a de comentar algo, justamente com quem foi o motivo do distanciamento. E ele não estará lá; mas se pudéssemos usar uma varinha de condão, o traríamos ali naquele exato momento. Aposto que não usaríamos nunca a varinha para fazer desaparecê-lo de uma vez. (hehe)

Sem contar que acabamos nos imaginando com a pessoa, naquele lugar onde estamos. Quer maior presença do que a ausência?

E quem dá conta do pensamento? Se há uma coisa que nos domina, que foge do nosso controle é o pensamento. Por mais que sejamos analisados, calejados, experientes, e saibamos que não vai dar certo mesmo, que é uma loucura de verão, mas lá estamos nós mergulhados num mar de pensamentos, num tsunami de lembranças do nosso amado, que nenhum serviço de meteorologia ou sismologia consegue nos alertar.

Pior ainda do que viajar para esquecer é querer voltar logo para lembrar. Sim, porque mesmo que não queiramos, falo por mim, é muito bom estar na mesma cidade de quem a gente gosta. Não temos nos visto muito, nos falamos pouco, mas é muito bom saber que respiramos o mesmo ar, que estamos no mesmo espaço geográfico, que temos a mesma cidade para compartilhar, e quem sabe (a gente sempre tem esperança de) nos encontrarmos ao acaso (se é que ele existe).

O distanciamento voluntário tem lá suas vantagens. Qualquer problema, visto de longe, é encarado de forma diferente. Encontramos uma solução rapidamente, mas daí quando voltamos ao nosso cotidiano, ao nosso lugar-comum, a coisa não é tão simples assim. O fulano cai de paraquedas, na nossa frente, e tooooodos os nossos planos de esquecê-lo, de não pensarmos mais nele, todos os afazeres que planejamos para boicotar nossos pensamentos nele, meticulosamente arquitetados à distância, desabam. Viram um desastre!
  
É muito difícil gostar de alguém que não gosta da gente do mesmo jeito. Que nos olha como uma amiga apenas. (Apesar de que já é uma grande coisa, uma vez que é preciso muito de amigo para se entregar num relacionamento. Sem entrega, não tem amor).

Difícil ainda, é a gente gostar de quem nos olha apenas como  colega e que não se entrega nem para uma amizade, que talvez fosse um pulo para o relacionamento amoroso.

Mais difícil ainda é entender por quais motivos a gente se encanta por gente assim. Mas daí, acho que valeria uma outra postagem. Por enquanto, quis comentar apenas sobre a fuga numa viagem.

É... parece-me que para esquecer um amor, somente um outro amor. Quem sabe numa viagem, não é mesmo? Acho que achei um sentido para o distanciamento voluntário. (hehe)

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