quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

COZINHA COMIGO

Detalhe de minha cozinha em 2006.

Casal que cozinha junto cria cumplicidade.

Não é garantia que a relação vá durar para sempre. Aliás, garantia a gente só tem de uma coisa: que vai se despedir desse planeta, na nossa hora, que de “nossa” não tem nada, porque a gente desconhece qual é.

Mas, voltando pra cozinha... É muito gostoso cozinhar junto. Um cortando os temperos, o outro selando a carne, um procurando a panela certa, o outro achando a tampa, ela lavando a louça e ele a abraçando por detrás (hummm... por isso nem sempre o jantar sai no horário... dispenso horários).

A gente aprende os gostos do companheiro. Ou ensina algo a mais, ou tudo a mais, quando um dos dois é marinheiro de primeira viagem no fogão. E se os dois nada sabem, tem um monte de gente ensinando cozinhar na internet. Se errarmos, pedimos uma pizza.  Pensando bem, errar juntos é tão bom quanto acertar juntos. É sinal de compartilhamento, que é um dos ingredientes que deve compor uma relação.

Tem algumas coisinhas que, confesso, não gosto na minha cozinha, nem sozinha, nem juntos. Por exemplo: fritar peixe. Já tive a dura experiência de ficar uma semana com o apartamento cheirando, mesmo depois de tudo quanto é recurso para tirar o cheiro... de bacia com vinagre e água a ter que dormir com todo o apartamento aberto. Fora que é de perder o clima.

Depois sentar para comer juntos, com um vaso de flor na mesa, como um cúmplice da produção feita com amor.  Ou mesmo como cúmplice da falta de jeito na cozinha, perante uma pizza no centro da mesa.

E daí conversar sobre o que poderia ser acrescentado no prato, ou diminuído, ou simplesmente olhar um para o outro e dizer: “Parabéns, você já pode casar!” E cair de rir.

Cozinhar é uma arte, que deve ser feita com amor. Uma comida feita com rancor, com tristeza, com mágoa, nunca dá certo. Se é um bolo, não vai crescer; se é uma massa, ficará sem sal, ou salgada demais; se é um doce queimará no fundo; se é uma calda não vai dar ponto.  Acho que por isso que combina tanto com um relacionamento.

Se você está com broncas do seu parceiro, não vá para a cozinha com ele. A não ser que você esteja a fim de tentar as pazes. Daí, realmente, convide-o para lhe ajudar a fazer um prato que ele goste. Mas, de antemão, escolha algo que ficará assando. Se ele lhe perdoar, vocês terão tempo para o que vier depois. Se ele não lhe perdoar, hummmm... acho que vai queimar. (hehe)

Cozinhar tem dessas coisas... é uma imprevisão, como é o amor.

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