quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

É BEM VERDADE

Imagem pública do picasaweb/google.com

Não é segredo pra ninguém que amo a poesia, o texto, as palavras de Fabrício Carpinejar. E o seu humor, o seu desconserto e a sua fala direta. Da maneira como trata do amor, dos relacionamentos amorosos. Das coisas do cotidiano, dos afetos, da vida.

Fui pra frente do notebook pra escrever sobre o que as mulheres gostam nos homens, pela minha visão (é claro), a partir de uma postagem do Carpinejar, em que ele diz exatamente do contrário – o que as mulheres detestam nos homens. Iria, de uma forma ousada (diante da grandeza do escritor), fazer um contraponto.

Fui até o seu blog e acabei enroscando (de novo) na postagem que ele fez dia 20 deste mês,  intitulada “Depois da Separação”.

O que ele escreveu é uma bússola para os homens (e serve pras mulheres também) e deveria ter o título “Manual de Como Agir Depois da Separação.”

Meu Deus! É infalível! É bem isso mesmo!

Transcrevo o post, embora convide você a sempre visitar o blog do escritor - carpinejar.blogspot.com. Você não vai se arrepender! Vai se encontrar!


“DEPOIS DA SEPARAÇÃO

Você se separou da namorada, não se mexa, não faça nada no dia seguinte, não converse com ninguém, apague o celular. Se possível, não vá ao serviço, arrume um atestado, não atenda o interfone, não ligue o computador.
Procure o silêncio, o isolamento, o mosteiro de Três Coroas. Não caia na tentação da fofoca, não conte para ninguém o que aconteceu, as coisas podem mudar, tudo é muito recente, calma. Durma. Durma muito. 
Conviver aumenta o risco de ferrar a relação de uma vez por todas. 
Estamos magoados, feridos e loucos para nos vingar.
Somos terroristas explodindo o passado. Temos grandes chances de fazer bobagem. De falar mal dela para os amigos e romper os laços de confiança.
Com cabeça quente, vamos apagar as fotos no orkut e ela se sentirá um lixo.
Com cabeça quente, vamos mudar nosso status no Facebook e ela achará que temos outra.
Com cabeça quente, vamos reunir e entregar as coisas dela numa caixinha como se ela fosse uma leprosa.
Com cabeça quente, mandaremos torpedos e mensagens com as piores ofensas - palavrões que nem o dicionário  do mundo.
Com cabeça quente, daremos finalmente motivos para que ela se separe para sempre.
O amor precisa de dois dias de luto, no mínimo. Demoramos tanto para conquistar alguém, não podemos desistir tão facilmente.”


Eu pergunto: quem não passou, pelo menos uma vez na vida, por essa situação?

Eu já! E mais de uma vez! E foi quase igual. A diferença é que não tinha Orkut, nem Facebook. Mas tinha álbuns de fotos. Ora eu devolvia as fotos, ora as fotos me eram devolvidas.

Lembro-me que teve a vez que ele ficou sem qualquer foto. Com a cabeça quente, devolveu-me todas as que ele tinha, com a justificativa de que “não aguentaria olhá-las e não estarmos juntos mais”. Eu, quando peguei o envelope com as fotos, realmente me senti um lixo. Só que ainda hoje penso se ele não se arrependeu, uma vez que no encontro com a minha mãe, muito tempo depois, ele tenha falado que jamais iria me esquecer. Ou seja, a ausência das fotos não foi suficiente para me esquecer. E hoje quando as revejo, lembro-me de Vinícius de Moraes: “Eu possa me dizer do amor que tive.... Que não seja imortal posto que é chama... Mas que seja infinito enquanto dure.” 

E quanto a ficar calada e não contar para os amigos? Vamos combinar: a gente não aguenta! A gente quer encontrar eco nas nossas “verdades”. E amigo fica mesmo do lado da gente. Logo, como não contar? É difícil sofrer sozinha.

Mas uma coisa é certa: é infalível hibernar.

Dois dias depois, a gente é outra pessoa: mais lúcida, mais receptiva, mais generosa, mais consciente. Pra terminar de vez, ou pra voltar. Ah! Como é bom voltar. Brigas intempestivas são sinal de que ainda não acabou. Ainda tem a “Parte 2” ou “O Retorno”. Ainda bem. “Demoramos tanto para conquistar alguém, não podemos desistir tão facilmente.”

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