terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

INTELIGÊNCIA HUMANA E AFETO

Lago Igapó - próximo à barragem - foto de hoje - manhã ensolarada e linda

Gilberto Dimenstein recentemente trouxe duas  novidades, nos seus comentários na CBN, que gostei muito.

A primeira delas é que cientistas americanos, estudando o comportamento do QI na resolução de problemas, chegaram à descoberta de que quando uma pessoa resolve determinado problema em grupo, por algum motivo o seu QI abaixa. E quando ela trabalha sozinha, o QI tende a ser mais alto. Isso vai contra o que a gente sempre aprendeu, o “senso comum”, de que trabalhar em grupo é melhor, que a tendência seria aumentar o QI. Contudo, o que eles também descobriram foi que fatores externos na interação das pessoas em um grupo,  acabam influenciando, de alguma forma, na baixa do QI.

Sempre se alardeou que trabalhar em equipe é melhor. Que várias cabeças pensam melhor que uma e se esperava, na pesquisa, que fosse comprovado que as “inteligências se somam”. As empresas sempre valorizaram o trabalho em grupo. Inclusive, em entrevistas chegam a perguntar para o candidato, como é para ele trabalhar em equipe? Pergunta clássica.

Não há dúvida que quando somamos o pensamento de cada um do grupo, a chance de termos várias hipóteses plausíveis para a solução de um problema é maior. Mas falo por mim: há vários momentos em que prefiro ouvir primeiro o grupo e depois trabalhar sozinha. Meu raciocínio é melhor sozinha.

Fora que, trabalhando em grupo, nem sempre todo mundo colabora. Geralmente tem o que assume boa parte do trabalho, quando não tudo. Vamos combinar: é do feitio humano “jogar-se nas cordas”, quando pode ou quando tem oportunidade. Por que pensar, se tem o outro pra fazer isso?

Quando fui para o mercado de trabalho, e trabalhando em empresas grandes, aprendi a trabalhar em equipe, mas sempre procurei respeitar os colegas que não conseguiam trabalhar assim. É uma habilidade. Inclusive, respeitava subordinados que respondiam melhor trabalhando sozinhos.

De minha parte foi  libertador ouvir essa novidade. Que bom que sou “normal”.

A outra novidade foi que cientistas americanos, após analisarem crianças tratadas com afeto na infância, chegaram às evidências de que elas tinham a parte no cérebro ligada à memória, o hipocampo, 10% maior.

Quando ouvi isso, lembrei-me de um bate-papo que tivemos no “Autores & Idéias”  do  Sesc Londrina, com Domingos Pellegrini. Foi  sobre as histórias infantis, e inclusive ele leu inteiro um de seus livros para a plateia. (Com entonação de voz; como em uma “hora do conto”). Ele lembrou que o rapaz que protagonizou a chacina na escola de Realengo, no Rio, muito provavelmente não tenha tido uma mãe que tivesse lhe contado histórias ao dormir. Se tivesse, muito provavelmente não teria sido uma pessoa tão perturbada.  Faltou afeto a ele. Contar histórias é uma forma de transmitir afeto.

Também gostei muito dessa novidade. Poderia parecer óbvia, mas uma vez comprovada cientificamente, não tem como contestar. Quem é afetivo é receptivo, e de certa forma tem mesmo facilidade de guardar as coisas. Não cria barreiras. Já está acostumado com a troca. Já está acostumado a afetar e afetar-se com o mundo à sua volta. Penso que pode ter memória boa mesmo!

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Vale a pena conferi-los!

3 comentários: