sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O ALCANCE DA PRECE

Parque Barigui - Curitiba- PR

Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é por-se em comunhão com ele.” (“O Espiritismo na sua mais simples expressão”, de Allan Kardec).

Gosto por demais da prece. Pra mim, é um recurso poderosíssimo na hora da angústia, na hora da alegria. Em qualquer hora!

Uma prece não precisa ser necessariamente verbalizada por palavras. Mas se for, não precisa ser repetitiva, nem tampouco decorada, nem ser de uma religião específica, nem ser grande, nem nada predeterminado. Basta que seja feita com o coração.

A gente consegue se comunicar com Deus através de tantas formas!

Através de atitudes, da maneira como agimos com as pessoas, como reagimos diante dos problemas, a maneira como convivemos com a natureza, conosco, com o mundo. Através de uma música, de uma poesia, de um olhar mais carinhoso pra nossas companhias de caminhada, de um toque, de uma palavra amiga, ou do silêncio quando a gente precisa apenas dele.

Quantas vezes "rezei" cantando ou acompanhando uma música que falava da alegria do  meu encontro, ou da angústia do desencontro! Quantas vezes a letra me emprestou as palavras para eu falar com Deus. E principalmente nas partidas! A gente parte tantas vezes na vida, não é mesmo? E o que nos ajuda na hora do luto? Uma prece, para que  saibamos lidar, da melhor forma, com o que vem pela frente.

Da mesma maneira, uma poesia pode se transformar numa oração. As poesias tocam a alma. Ontem, publiquei a poesia "Prece" de Helena Kolody, no Varal Literário (página deste blog). Escolhi a poetisa não ao acaso, mas influenciada por um jovem poeta londrinense, que escreve haikais (Facebook: poesiahaikai) e que, por vários de seus versos, certamente pensa em Deus:


"Faminto amor,
esbanje caridade
ao próximo!"

Uma outra forma de fazer uma prece é ter  uma atitude ativa e positiva diante da vida, que é tão cheia de provas, de adversidades, de tanta coisa que nos convida a agir por impulso, sem pensar. Quando somos sinceros e honestos conosco e com o outro, a gente se aproxima de Deus, estamos em prece com ele.

Quando nos perdoamos e perdoamos de coração a quem tomamos ou que nos tomou como um desafeto,  estamos fazendo uma prece. Quando a gente perdoa de verdade, os pensamentos em relação ao perdoado são de benevolência, de indulgência, de paciência. E o que mais não é a prece do que a ligação com Deus através de pensamentos sublimes?

Quando não sabemos o que dizer para consolar alguém, quando não encontramos palavras, estaremos ajudando, e muito, se pedirmos a Deus por esse alguém. A prece não nos retira o sofrimento, mas nos encoraja a lutar.

A prece nos faz adormecer quando vamos dormir angustiados. Chorar e orar ao nosso Anjo da Guarda, que está sempre perto (embora a gente, não raras vezes, se esqueça dele), logo, logo, nos fazem repousar. É o transbordamento físico das lágrimas somado ao remédio espiritual da prece.

Não é à toa que a mãe canta para o filho dormir!


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