segunda-feira, 16 de abril de 2012

QUE BOM QUE DEU ERRADO!

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Como a gente reclama quando as coisas não saem como a gente quer! Ainda mais se fizemos um esforço hercúleo pra que desse certo. Por mais que a gente vá atrás, fale claramente, faça tudo conforme a medida que a situação exige, ainda assim acontece de não dar certo. E lá estaremos nós cobrando de Deus, olhando pros lados e dizendo que os outros têm mais sorte, e ainda iremos atrás de achar o que desandou a maionese, ou até mesmo atrás de um bode expiatório.

Contudo, passado um tempo (sempre ele!), não raras vezes a gente agradece a Deus por não ter dado certo mesmo! Lá tem um acontecimento que nos mostra que se tivesse dado, hoje a gente poderia estar em situação difícil ou até mesmo estaria arrependida. Fico pensando que se Deus fosse humano, diante das nossas cobranças, teria uma hora que ele desistiria da gente! (hehe)

Da mesma forma, muitas vezes presenciamos algumas situações ao nosso redor, e nós, como juízes que somos, acabamos arbitrando as nossas sentenças, principalmente se o acontecido for, ao nosso primeiro julgamento, deprimente. E lá estaremos nós só enxergando o “lado negro da força”. 

Hoje, na academia, chega uma das colegas e nos diz que acabara de presenciar a seguinte cena: uma senhora parou o carro, soltou o cachorro que estava levando, fechou a porta e simplesmente abandonou o bichinho na rua. Na maior calma e frieza. O bichinho até tentou correr atrás do carro, mas não conseguiu.

De dentro da academia, a instrutora vira mesmo um cachorro correndo atrás de um carro, mas não imaginou o que havia ocorrido. Não precisa dizer que fomos pra rua atrás do cachorro. Uma graça! Um vira-latinha alegre, esperto, amoroso e mesmo tendo sido abandonado (se fosse gente eu diria que ele não teria se dado conta ainda), pulava e balançava o rabinho. A instrutora chegou a dizer que eu levaria pra casa. Se eu morasse em casa, não tenha dúvida, ele estaria, neste momento, com um nome, com banho tomado, com casinha arrumada e já vacinado pelo veterinário. (hehe)

Porém, a colega que viu o cachorro sendo abandonado, já foi avisando que o queria. Foi muito emocionante, porque deu pra ver que ela gostou mesmo dele e ele dela. Bem... ele gostou de todas nós que estávamos ali, de tão alegre que é.

A colega ainda faria o seu treino e resolvemos então achar um meio de prender o cachorro. Conseguimos um barbante grosso, que a instrutora habilmente fez uma coleira, demos água pra ele (estava sedento!) e vimos que ele estava magrinho também. Pergunta se ele ficou na coleira? Não! (hehe) Conseguiu se desvencilhar e a sua futura dona falou-nos com uma calma de quem sabia que o cachorro era para ser dela: “Deixa! Ele vai ficar aqui por perto!” E ficou mesmo.

Uma hora depois, terminado o nosso treino, fomos pra rua, eu a instrutora e a colega, à procura do cão. Foi só assobiarmos que lá aparece ele, vindo correndo e  saltitando em nossa direção. Chegamos até a nos abaixar e abrir os braços para recebê-lo.

Fomos pro carro da colega, abrimos as portas de trás, e o chamamos. Não precisa dizer que ele chegava, olhava a porta, fazia que ia entrar, corria alegre pela rua e voltava. No íntimo, talvez ele “soubesse” que estava sendo adotado e não se cabia de felicidade. A gente faz assim, quando está feliz: dá uns pulos, sorri, grita, agarra quem está por perto, não é mesmo?

E lá se foram os dois, felizes: dona e cachorro.

Não precisa dizer, que quando soubemos que o cachorro fora abandonado, falamos muito mal da mulher que fizera essa barbárie. Chegamos a falar que gente assim não sabe o que é amar, que gente assim muitas vezes é depressiva, é infeliz, e ainda atribui sua infelicidade aos outros, ou ao mundo; que gente assim merecia ser presa.

Contudo, ao final, vendo emocionada o carro partir, levando o mesmo cachorro que fora abandonado por outro carro, refiz o meu julgamento em relação a sua antiga dona. Agradeci a Deus por aquela senhora tê-lo abandonado justamente na hora que nossa colega chegou na academia. Agradeci a Deus, mesmo tendo sido um fato deprimente. Sim! Aquela senhora não o queria mais, mas teve quem o quis. Se a antiga dona teve coragem de abandoná-lo, muito provavelmente devia maltratá-lo. Sequer se preocupou em dar água ao bicho, antes de deixá-lo na rua. De tão magro, muito provavelmente era privado de comida. O cachorrinho não merecia uma dona assim, viver com uma pessoa assim, ser amigo de uma pessoa assim. Que bom que ele teve outra oportunidade! O que parecia o fim do mundo, foi o começo de um novo para o cachorrinho! O que parecia que estava dando tudo errado, no fim deu tudo certo.

Bem... nada ocorre por acaso mesmo!

2 comentários:

  1. Poxa....que legal o que aconteceu. Realmente, em várias situações onde o que pretendemos não dá certo, ou quando nos deparamos com cenas deprimentes e que de fato achamos erradas, pensamos que somos infelizes e ficamos olhando por cima dos ombros, como se dependêssemos de um comentário do tipo:"oh, coitadinho!". Mas como dizia o velho ditado - "Deus escreve certo por linhas tortas"...se pensássemos nisto antes de sair emburrados ou nos achando os mais miseráveis do mundo, fechando desta maneira portas para novas oportunidades, teríamos mais momentos felizes como o que o cachorrinho da sua narrativa teve. Aliás, faz tempo que não vejo alguém gritando de alegria, saltitando ou simplesmente gargalando...me incluo nisso.

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