Marcel Van Oosten - squiver.com |
Como a gente cobra muito, mas muito, de quem a gente ama!
E cobramos mais ainda se quem a gente ama nem se dá conta do
quanto lhe amamos. Da mesma forma, quando nem nós nos damos conta do
quanto amamos o alvo das nossas exigências. E que, não raras vezes, estamos
exigindo justamente por não conseguirmos lidar com o sentimento do amor dentro
de nós.
Fora que nós, não raras vezes também, matamos um sentimento
não correspondido, com as cobranças que fazemos do outro, pra no fundo, no
fundo, confirmarmos que estamos “certos”: “ - Ele não serve pra mim!” Bem...
não é que não serve; não nos ama, só isso! Nós é que estamos arrumando um jeitinho de matá-lo em vida, dentro de nós.
Num amor impossível, então, quando ambos se gostam, mas por
qualquer motivo não podem ficar juntos, as cobranças tendem a ficarem maiores. A
gente não está acostumada a amar por amar, e pronto! Só mesmo sendo muito
espiritualizado ou analisado pra não cobrar retorno.
De outra forma, como a gente aceita passar, incólumes,
opiniões contrárias à nossas, vindas de um outro que não o nosso companheiro! A
gente até discute, mas não leva pra casa. Já com o companheiro.... Hummmmm.... Uma
vez que ele sai fora do script que nós montamos na nossa cabeça, baseado no que
achamos que ele deva ser ou do que o enxergamos, os questionamentos começam! Aí
acontecem as famosas DRs (Discussões de Relacionamento), que, muitas vezes,
seriam somente uma questão de revermos nossos pontos de vista e não de querermos
mudar o do outro.
Como seria bom se a gente ouvisse algo do nosso amado,
discordasse (se não pensasse mesmo como ele), mas ao invés de cobrá-lo, com um sorriso disséssemos apenas: “- Você pensa diferente nisto, e tudo bem!” O que
a gente faz depois com a diferença é outra história – se é um ponto de vista
crucial pra continuidade do relacionamento, aí valeria a pena gastar energia em
cobrar, mas só que cobrar da gente, nos questionando o porquê de continuarmos numa
situação assim. Se não, deixa pra lá, até porque o outro já sabe o nosso posicionamento, e certamente vai pensar sobre. Contudo, já reparei, a gente fica emburrada, “desmancha a
casinha” dentro da gente, faz picuinha, justifica que o fulano não serve pra
gente, só porque não concorda conosco. E quantas e quantas vezes nós é que estamos erradas!
É que, na realidade, repara bem... por detrás de muita
bronca que possamos ter de uma pessoa, pode haver um amor, ou algo mal
resolvido, com a gente mesmo ou com o nosso alvo. Os psicólogos são experts em
nos perguntar por que a gente se incomoda com fulano? Ou mudando a pergunta: por
que fulano lhe incomoda tanto? (hehe) Porque no fundo, se trata de desejo e
dribrá-lo é muito difícil. Só falando
dele pra gente se libertar. Quando cobro demais do meu amor, estou cobrando que
ele tenha os mesmos desejos meus, e isso é impossível, uma vez que somos
únicos, indivíduos. No máximo nos ligamos a pessoas afins, mas daí a sermos
iguais, cobrarmos igualdade de pensamentos, é eternamente impossível!
Outra situação que tenho notado, é o quanto o medo da felicidade nos faz pessoas exigentes! Será que quando cobramos quem amamos, estando
ou não juntos a ele, não estamos justamente colocando barreiras para a
possibilidade de dar certo? Somos campeões em nos boicotarmos, frente ao
desconhecido, frente ao diverso do “normal”, frente aos nossos preconceitos,
frente ao inusitado de estarmos vivendo um sentimento muito bom que é o amor, ou frente ao trabalho que dá manter a nossa conquista. E
qual a forma mais eficaz, e eu diria mais fácil de boicotar o insuportável? Cobrar
do outro!
A gente se esquece que a escolha foi nossa. E se o escolhemos, foi porque em muita coisa somos iguais. Podemos até ter nos enganado, mas isso a gente consegue ver depois, e acredito que se temos um pouco de amor-próprio, a gente sai fora do relacionamento logo, logo. Mas se persistimos nas exigências, no fundo, no fundo, amamos muito aquele sujeito. (hehe)
A gente se esquece que a escolha foi nossa. E se o escolhemos, foi porque em muita coisa somos iguais. Podemos até ter nos enganado, mas isso a gente consegue ver depois, e acredito que se temos um pouco de amor-próprio, a gente sai fora do relacionamento logo, logo. Mas se persistimos nas exigências, no fundo, no fundo, amamos muito aquele sujeito. (hehe)
Lembrei-me de uma pergunta, que não sei a origem dela, mas que de vez em quando gosto de fazer a mim mesma: "Você quer ter razão ou ser feliz?".
Sabe, as horas em que escrevo coisas do gênero, são as horas
em que cobro a mim, e não ao outro. É muito bom pensar, mas tem horas que acho
que seria melhor não pensar muito e viver mais. São as horas em que as paixões
ficam de lado, as ideias preconcebidas são questionadas, e acho que acabo me
despindo de qualquer prejulgamento. Quem dera fosse sempre assim! (hehe)
Nenhum comentário:
Postar um comentário