quinta-feira, 17 de maio de 2012

MEIA-NOITE EM PARIS



Assisti, nesta semana, ao filme “Meia-noite em Paris” (Midnight in Paris), do Woody Allen, e adorei! Puxa, dá pra tirar um monte de lições dele!

Como o filme mostra, claramente, o quanto é importante estarmos em sintonia com um companheiro! Que ele goste da maioria das coisas que gostamos, que nos admire, que compartilhe dos nossos sonhos, que esteja do nosso lado nas ideias e literalmente. Que tenha  ideais parecidos, que goste de estar na presença da gente.

Você vai dizer: mas isso é normal! Nem tanto! Muitas vezes entramos num relacionamento pensando que a pessoa é de um jeito e depois acabamos (com a convivência) vendo que não é, que foi só um encantamento. Certamente mais pra frente o desencantamento acontecerá. E é engraçado que, boa parte das vezes, o desencantamento vem de fora: encontramos outra pessoa com quem nos afinamos mais, ou que nos mostra um outro lado, mais parecido com o nosso. E não necessariamente precisa resultar em um envolvimento com essa segunda pessoa. Quem sabe a sua função foi cumprida: nos ajudar a fazer a passagem,  a saída do relacionamento que não estava bom?!

No filme, o tempo todo, a noiva do protagonista (ele se chamava Guill) o diminuía. É muito ruim estar com alguém que compete com a gente ou que não acredita no nosso potencial. Alguém que nos trata bem quando quer alguma coisa da gente, por interesse, ou por má-fé. Ou que esteja com a gente porque vê uma possibilidade futura de se “dar bem." No filme, a moça tinha interesse na vida boa que ele poderia lhe proporcionar. E sabe, penso que quem estiver conosco tem que estar por inteiro, íntegro, pelo que a gente é. E o quanto é importante fazermos o exercício de ouvir o outro, principalmente os amigos, quando eles nos dizem, sinceramente e de coração, que fulano não gosta da gente do jeito que mereceríamos ser gostados. O triste é que nem sempre enxergamos isso. (hehe) Quem está de fora enxerga melhor. Sem contar que ora temos uma baixa avaliação da gente, ora temos alta demais. Esses dois extremos são muito perigosos. Se de um lado um deles nos leva a sermos escravizados pelo parceiro, o outro leva a não enxergarmos alguém que pode ser o nosso grande amor, por exatamente nos acharmos merecedores de muito mais. E esse muito mais pode já estar do nosso lado e não o enxergarmos. 

O filme mostrou, também, que não podemos, nunca, desistir de um sonho, em detrimento do que os outros vão pensar. Quantas vezes somos criticados por termos sonhos que não são tão grandes aos olhos financeiros, mas são grandes aos olhos do sentimento, do coração, do nosso desejo e não do outro. Mostrou ainda o quanto é difícil (já falei acima), quando quem está ao nosso lado não entende o nosso sonho, ou o zomba, ou o diminui. E a dureza que acontece exatamente como aconteceu com o Guil: demoramos um pouco pra mandar às favas esse  nosso companheiro. Acabamos por aguentar um tempão (como somos masoquistas mesmo!) até que algo externo nos mostre que estamos com a pessoa errada.

Outra lição que tirei foi que quantas vezes nos refugiamos no passado quando estamos com medo de viver o presente? E como é comum sermos saudosistas, ou começarmos a ler ou escutar tudo que é de outra época, e nos acharmos mais afinados a ela do que à atual! Como uma fuga mesmo. Só que sem se dar conta dela. A gente sempre imagina que outra época foi melhor, quando algo está nos incomodando. E o que na realidade precisamos é descobrir e resolver o que nos incomoda no nosso tempo presente, que é o que realmente temos, agora, na nossa jornada evolutiva. Está aí... talvez isso seja a chave para a felicidade, para a paz. E não tentar viver o que não pode ser vivido mais.

Contudo, vivendo esse passado, Guill nos mostrou, e foi o mais bacana de tudo, o quanto é libertador podermos ser nós mesmos, e podermos conviver com pessoas que gostam da gente do jeito que a gente é! E foi justamente por conviver com seus “pares”, que Guill conseguiu dar “um pé na bunda” da sua noiva. Isso também foi libertador ver no filme. (hehe)

Puxa, teria muito mais coisas a falar, de tanto que gostei! Fica a dica pra quem não o assistiu: aproveite o friozinho, tempo propício pra pipoca, chocolate quente, e um bom filme de iluminar a alma!

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