Assisti, nesta semana, ao filme “Meia-noite em Paris” (Midnight in Paris), do Woody Allen, e
adorei! Puxa, dá pra tirar um monte de lições dele!
Como o filme mostra, claramente, o quanto é importante estarmos
em sintonia com um companheiro! Que ele goste da maioria das coisas que gostamos,
que nos admire, que compartilhe dos nossos sonhos, que esteja do nosso lado nas
ideias e literalmente. Que tenha ideais parecidos,
que goste de estar na presença da gente.
Você vai dizer: mas isso é normal! Nem tanto! Muitas vezes
entramos num relacionamento pensando que a pessoa é de um jeito e depois
acabamos (com a convivência) vendo que
não é, que foi só um encantamento. Certamente mais pra frente o desencantamento
acontecerá. E é engraçado que, boa parte das vezes, o desencantamento vem de
fora: encontramos outra pessoa com quem nos afinamos mais, ou que nos mostra um
outro lado, mais parecido com o nosso. E não necessariamente precisa resultar
em um envolvimento com essa segunda pessoa. Quem sabe a sua função foi cumprida:
nos ajudar a fazer a passagem, a saída do
relacionamento que não estava bom?!
No filme, o tempo todo, a noiva do protagonista (ele se
chamava Guill) o diminuía. É muito ruim estar com alguém que compete com a
gente ou que não acredita no nosso potencial. Alguém que nos trata bem quando
quer alguma coisa da gente, por interesse, ou por má-fé. Ou que esteja com a
gente porque vê uma possibilidade futura de se “dar bem." No filme, a moça tinha interesse na vida boa que ele poderia
lhe proporcionar. E sabe, penso que quem estiver conosco tem que estar por inteiro,
íntegro, pelo que a gente é. E o quanto é importante fazermos o exercício de ouvir
o outro, principalmente os amigos, quando eles nos dizem, sinceramente e de
coração, que fulano não gosta da gente do jeito que mereceríamos ser gostados. O
triste é que nem sempre enxergamos isso. (hehe) Quem está de fora
enxerga melhor. Sem contar que ora temos uma baixa avaliação da gente, ora
temos alta demais. Esses dois extremos são muito perigosos. Se de um lado um
deles nos leva a sermos escravizados pelo parceiro, o outro leva a não
enxergarmos alguém que pode ser o nosso grande amor, por exatamente nos
acharmos merecedores de muito mais. E esse muito mais pode já estar do nosso
lado e não o enxergarmos.
O filme mostrou, também, que não podemos, nunca, desistir de
um sonho, em detrimento do que os outros vão pensar. Quantas vezes somos
criticados por termos sonhos que não são tão grandes aos olhos financeiros, mas
são grandes aos olhos do sentimento, do coração, do nosso desejo e não do
outro. Mostrou ainda o quanto é difícil (já falei acima), quando quem está ao
nosso lado não entende o nosso sonho, ou o zomba, ou o diminui. E a dureza que
acontece exatamente como aconteceu com o Guil: demoramos um pouco pra mandar às
favas esse nosso companheiro. Acabamos
por aguentar um tempão (como somos masoquistas mesmo!) até que algo externo nos
mostre que estamos com a pessoa errada.
Outra lição que tirei foi que quantas vezes nos refugiamos
no passado quando estamos com medo de viver o presente? E como é comum sermos saudosistas,
ou começarmos a ler ou escutar tudo que é de outra época, e nos acharmos mais afinados
a ela do que à atual! Como uma fuga mesmo. Só que sem se dar conta dela. A
gente sempre imagina que outra época foi melhor, quando algo está nos
incomodando. E o que na realidade precisamos é descobrir e resolver o que nos
incomoda no nosso tempo presente, que é o que realmente temos, agora, na nossa jornada evolutiva. Está aí... talvez isso seja a chave para a
felicidade, para a paz. E não tentar viver o que não pode ser vivido mais.
Contudo, vivendo esse passado, Guill nos mostrou, e foi o mais
bacana de tudo, o quanto é libertador podermos ser nós mesmos, e podermos
conviver com pessoas que gostam da gente do jeito que a gente é! E foi justamente
por conviver com seus “pares”, que Guill conseguiu dar “um pé na bunda” da sua
noiva. Isso também foi libertador ver no filme. (hehe)
Puxa, teria muito mais coisas a falar, de tanto que
gostei! Fica a dica pra quem não o assistiu: aproveite o friozinho, tempo
propício pra pipoca, chocolate quente, e um bom filme de iluminar a alma!
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