segunda-feira, 9 de julho de 2012

A (R)EVOLUÇÃO NO AMOR


claudinegomes.blogspot.com


Como fazemos mudanças na vida quando estamos amando! O outro funciona como espelho, e ocupa o que de melhor temos: a atenção. Percebemos cada gesto, cada atitude, cada opinião, cada palavra.

Queremos nos tornar não graduados, mas doutores na outra pessoa. A nossa opinião começa, quando não a ficar misturada, pelo menos parecida com a do amado. O que pensamos diferente até continuamos a pensar, mas já colocamos alguma dúvida, algum senão, alguma pimenta, algum gosto diferente, um algo mais. É que um amor nos liberta e a primeira coisa que ganha asas é a nossa mente. Mais leve, mais solta, mais receptiva, porque mais alegre. A alegria nos deixa abertos ao novo. A tristeza nos coloca um véu, nos amarra, nos aprisiona em nós mesmos.

O que o amor nos traz de bom é aceitarmos, por exemplo, mudar uma opinião enraizada, por outra vinda de quem elegemos partilhar intimamente da nossa vida. Bem... pra termos chegado a escolhê-lo, dentre todos os outros seres humanos viventes no planeta, a opinião dele acaba valendo tanto quanto a nossa. Se a opinião do seu amado não vale, ou a sua não vale um tiquinho pra ele, desculpe-me, mas não é amor!

Amor de verdade não é competitivo. No máximo, diante de uma situação de competição, fica feliz se o outro vence. É como se vencesse por ele. É que amor com “A” maiúsculo tem o sentimento de orgulho grudado nele. Não de orgulho, sentimento ruim, mas de reconhecimento do outro. A gente tem orgulho de quem a gente ama. A gente enche o peito pra falar dele. Se não o fizer, tem alguma coisa errada.

Amor é coisa séria. De repente o sujeito entra na vida da gente, conquista a nossa alma, o nosso corpo, compartilha de nossos sonhos, ideias,  problemas, ocupa  o cérebro e o coração ao mesmo tempo. Quer mais sério que isso? Mais do que uma atividade profissional.

Na empresa a gente entra em determinada hora, terminado o expediente a gente vai embora e, teoricamente, o nosso compromisso com a empresa acabou aí. E ainda somos remunerados. Com um amor não. Ele acorda com a gente, vai com a gente pra empresa, vai dormir com a gente, habita os mesmos sonhos da gente, ocupa um território permanente. E num movimento não necessariamente físico, mas necessariamente mental. Com  remuneração nenhuma,  enfrenta  todo tipo de adversidade, advinda do mundo externo, e pior ainda, do nosso mundo interno.

E  lá tem um dia que acaba. Sim, como tudo nessa vida, também tem o seu final. Tem o seu tempo de dar certo. Se no final de um amor, mantivermos no nosso cotidiano o que aprendemos de bom com ele, esse amor, sim, pode ser considerado um amor que valeu a pena. E é engraçado: tem gente que diz que quer esquecer, que nem quer ouvir falar mais do fulano ou de amor, que perdeu tempo, que não consegue enxergar o que de bom ficou, mas repete em sua vida modos adquiridos do ex-amado. (hehe)

Pode ser que não tenha ficado nada mesmo, não tenha valido a pena mesmo, mas  uma coisa é certa: a gente nunca pode menosprezar a nossa capacidade de amar, nem que tenha sido por quem não valeu a pena. Triste seria se não conseguíssemos nem  amar assim.

Sabe... de cada amor que tive, aprendi algo. Teve até o que achei que quase desaprendi, não fosse eu ter me salvo a tempo. (hehe

Brincadeiras à parte, alguma coisa de bom todos me deixaram, mesmo os que, ao final, eu tenha jurado que “igual a esse, não quero outro nunca mais!” É que a palavra “nunca” é muito forte em se tratando de amor. Quando a gente vê, já está fazendo o que jurou nunca mais fazer.

Um amor, se nada mudar na nossa vida, não pode ser considerado amor. 



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