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Engana-se quem pensa que uma viagem ajuda a esquecer o amor perdido,
o amor não ganhado, o amor que não deu certo, enfim. Pode notar que só funciona nas novelas: uma viagem arrumada de
última hora, pra Paris, pra qualquer lugar glamouroso, por causa do fim de um
relacionamento. E nós, mortais, ainda pensamos que aceitando fazer um passeio, mesmo que num final de
semana, vamos conseguir ficar longe dos problemas amorosos, como se o sentimento pudesse
ser deixado em casa!
É... a gente pode ir pra cidade vizinha ou pro Paquistão, que
vai dar na mesma: nossa cabeça vai junto, com todos os pensamentos que não
damos conta. (hehe). Ouso dizer que parece que a falta do outro até aumenta! Ou,
então, até conseguimos olhar o passado recente com menos apaixonamento, mas acabamos
ou enxergando melhor a dura realidade (que já era dura), ou nos enchendo de
esperanças, pois de longe parece que o bicho é mais esmirrado; ou ainda, ficamos
pensando como seria bom se voltássemos logo pra casa, pois lá tem
vestígios do que foi (mesmo ruim), mas é o lugar aonde a gente se encontra com
a gente mesmo.
Bem... em todo caso, toda vez que contamos pra um amigo de
outra cidade, que estamos curtindo uma “dor de cotovelo” ou que “estamos na
fossa” (puxa, que expressão antiga, meu Deus), a primeira coisa que escutamos
é: “Vem pra cá! Aqui você se distrai!” É ou não é assim? E lá vamos nós, com
uma baita esperança de nos deixarmos pra
trás! E, depois, quando voltamos pra casa, parece que nem é a casa da gente
mais. Sabe... penso que é melhor enjoar, de uma vez por todas, de sentir a falta do ser amado, do que tentar driblar essa falta. Acho
que essa coisa de drible só funciona no futebol. (hehe)
É claro que devemos agradecer sempre, e muito, e tanto, por
termos amigos salva-vidas! Com eles, conseguimos ter momentos de engano, quando os
ouvimos dizer que “ele ainda vai voltar!”,
“ele ainda vai repensar!”, “ele ainda vai considerar!”. Mesmo que a realidade
não seja tão generosa quanto os amigos a veem (infelizmente)! É que os
amigos nos enxergam primeiro, em detrimento de qualquer realidade, e querem
sempre o melhor. Não vá me dizer que, amigo que é amigo, nos tira do engano.
Amigo que é amigo, tenta nos deixar no engano, sim, pois torce pra que dê certo, do jeito que a gente quer que dê certo.
Mesmo que o que parece ser bom pra gente não seja tão bom assim, e no fundo, no fundo, ele saiba disso. (hehe)
Bem... uma coisa é certa: pra esquecer um amor, só outro. E até
ele chegar, vai ser difícil, mas penso que temos que tentar ser indulgentes conosco
mesmos, aceitando que a dor existe, e não tem como escapar dela. Ela é nossa!
Sem subterfúgios, sem querer se livrar da gente mesmo, sem querer mudar de
casa, de alma, e aceitando que o tempo nos trará outro amor e a cura de tudo. E se não curar e deixar
marcas, eu já cansei de falar aqui: é caso pra um Analista! Senão, a gente
ainda vai encher malas de mágoas, que vão atrapalhar, ou até boicotar, a nossa viagem
nesta vida.
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